DIA DAS MÃES

DIA DAS MÃES (À minha filha Márcia, ao meu filho Joãozinho, às minhas netas Maisa e Mairla e aos meus sobrinhos Geraldo e Pedrinho).

Se eu pudesse caminharia sempre á tua frente para que os percalços do caminho, não te machucassem os pés.

Para que a vida não te ferisse, levar-te-ia nos braços para onde quer que fosses.

Não posso viver a tua vida, mas posso te ensinar que dignidade não é ter dinheiro, nem poder. Dignidade é andar de cabeça erguida, fitando nos olhos da humanidade sem se envergonhar dos atos praticados. É saber dizer não, quando se deseja dizer sim, se esse sim não significa honra, porque honra é um patrimônio que o mundo não pode te arrebatar.

Se eu pudesse, milhões de dólares eu te daria para que nunca precisasses perder o sono pensando onde buscar dinheiro para fazer a feira, mas como não posso, dou-te um conselho Para o sono da tranqüilidade, nada melhor do que uma consciência limpa das impurezas da corrupção, da fraude, das falcatruas que se encontram por aí, mascaradas de sucesso.

Com certeza já ouviste falar que fulano ou sicrano, em pouco tempo, saíram do nada para uma grande fortuna e são até chamados doutor; mas, até que ponto merece o respeito dos outros homens . Pensa nisto e não construas o teu mundo em alicerces mal estruturados.

Lembra-te de que é preferível dormir com fome do que acordar com dívidas que não podes pagar.

Sou feliz nas noites mal dormidas quando necessário se faz ficar a tua cabeceira, velando teu sono e sonhando teus sonhos.

Sou feliz quando preciso me levantar com a aurora para que no teu dia o sol brilhe com mais intensidade.

Sou feliz se no crepúsculo, além de presenciar o encontro do dia com a noite, vejo o teu semblante risonho, sem uma ruga, sequer, que empane a beleza do teu sorriso ou a meiguice do teu olhar.

Sou feliz quando me abraças e me beijas para espantar a tristeza que por vezes teima em me enfear a fronte.

Sou feliz quando convertes as lágrimas que me molham o rosto em risos que se multiplicam pela faze de quem me ama.

Ensina a teus filhos o te digo agora. Não sou Rainha porque não tenho cetro, nem coroa, não vivo engastada num trono de ouro e nem há majestade em mim. Não tenho pretensões de realeza, mas sou feliz na minha escravidão.

Sou escrava Sim, sou tua escrava e bendigo essa escravidão que me permite ensinar-te a contornar os obstáculos que a vida te impõe, transformando as agruras em momentos de prazer.

Bendigo as correntes que me cingem a alma, se posso ensinar-te que a família é o começo de tudo do respeito, do amor ao próximo, da formação do caráter.

Bendita seja a escravidão que me permite falar-te de Deus, ensinando-te que Ele está em todos os lugares, na casa do rico ou na choupana do pobre, nas mãos que pedem e nas que dão esmolas; que Deus está na procela que agita os mares e nas ondas tranqüilas que aportam as praias. Que podemos encontrá-LO nas tardes serenas, na brisa suave que embala as manhãs de primavera ou no rigoroso inverno que enregela o corpo dos que têm apenas as estrelas por cobertor. Que Deus SE faz presente no altar das Igrejas e no recôndito do teu lar.

Louvado seja Deus se esses grilhões que me algemam permitem que te ensine que a tua Pátria começa na soleira da tua porta; que ser patriota é respeitar a Bandeira Nacional e o Brasão que a envolve. Que o Hino Nacional é a cantiga que enobrece o teu coração. Que antes dar a vida por tua terra, do que vê-la ultrajada por algum forasteiro.

Que a trilogia DEUS, PÁTRIA E FAMÍLIA seja o Farol que te ilumine pela vida afora;.

Que eu seja a lição maior da tua vida e nunca te envergonhes DA MÃE QUE NÃO ESCOLHESTE, mas que te preferiu para filha.

Que eu seja não a que enxuga as tuas lágrimas, mas aquela que não as deixa cair.

O mais é repetir o poeta: " Ensina sempre a teu filho

Esta lição primorosa

A mão que empunha uma arma

Pode plantar uma rosa".

MARISA ALVERGA
Enviado por MARISA ALVERGA em 23/05/2011
Código do texto: T2988855