BEM QUE EU TENTEI
BEM QUE EU TENTEI
Ao retornar à minha antiga casa reencontrando meu fracasso, eis que encontro um problema assaz inusitado.
O quarto a mim destinado pelo cruel jogo de palitinho da vida é muito pequeno.
O corredor que lhe da acesso não é muito largo e o corrimão com o qual é equipado o torna ainda mais estreito.
Como a cama de casal que eu individualmente utilizava foi destinada a outro fim graças ao problema técnico do corredor.
Comprei uma cômoda a fim de desafogar o meu guarda roupa. Então indaguei ao entregador:
- Será que da para entrar aquele Box solteiro lá da loja?
Depois de medir o corredor e sua cruel curvinha de 90 graus respondeu como matemático ocular:
- Dá...
Acreditando piamente em sua técnica resposta conclui:
- Então amanhã vou comprar um Box daquele...
Foi o que fiz. Chegando lá, é uma loja pequena na Avenida Circular no Setor Pedro. Tentei passar o cartão de crédito a maquineta recusou-o por três vezes.
Eu havia olhado o meu saldo antes e ele é suficiente.
O que será que acontecera?
Bem como é minha terceira ou quarta compra que faço na loja o gerente manda entregar para que eu o pague na entrega.
Desta vez eu vou com o carro de entrega, levando um saco com mexericas, utilizava o meu Passe-Livre recarregado um dia após meus 69 anos.
Quando se tentou levar o Box solteiro ao meu quarto ele embirrou e não quis fazer a curvinha cruel... Como a compra não havia sido oficializada desfiz o negócio.
Durante a noite deitado no sofá meditei:
- A máquina da operadora não funcionou? Ah pode ter sido o obsessor financeiro...
Foi a curvinha cruel...
Bem que eu tentei...
Ah a mexerica táva danado de gostosa.
Goiânia, 03 de junho de 2011.