O tiro no samba
Segunda-feira, 30 de maio, a Presidente da Escola de Samba Rosas de Ouro, Angelina Basílio, sofreu uma tentativa de assalto em São Paulo, e foi baleada no braço. O tiro, porém, foi de raspão; Foi hospitalizada e recebeu alta na tarde de terça-feira.
Seria mais um caso comum, corriqueiro, não se tratasse da nossa querida Angelina, que tantas alegrias proporcionou à comunidade da roseira.
E não foram apenas os carnavais que a tornaram legatária do saudoso Basílio, mas o trabalho comunitário que uma das mais destacadas Escolas de Samba de São Paulo realiza, sem alarde, sem buscar os holofotes, mas que tem de ser falado, por sua enorme importância.
A Sociedade Rosas de Ouro sempre se preocupou em dar alento aos mais necessitados, trabalhando em prol de minimizar o sofrimento, as dificuldades e serviu, como sempre, qual a luz que ilumina o fim do túnel da vida de muita gente.
Vários são os exemplos dos que buscaram na Roseira uma forma honesta e proba de levar a vida. Algumas pessoas mantêm famílias inteiras com o que conseguem ganhar durante o ano nas atividades promovidas pela tradicional Escola de Samba da nossa Terra da Garoa.
Angelina, a exemplo do seu pai, sempre esteve a frente dessa luta, muitas vezes inglória. Não foi justo o que aconteceu.
Não merecia um tiro, ninguém merecia, Angelina menos ainda.
O tiro, de raspão, nos atinge a todos, não apenas a ela.
*Texto publicado originalmente no Jornal QG do Samba, do mês de junho