O que me faz Feliz?

Muitas coisas, simples.

O sol na janela, o cheiro dos filhos.

Um filminho com pipoca e a sala parecendo ninho.

Viajar para Marília.

Os sorrisos das vovós e dos vovôs (esses, já partiram).

Queria ser inventor, melhor que o Da Vinci. Hoje invento gabaritos e ferramentas para aliviarem um pouco o peso da minha profissão e aprimorar a qualidade dela para o benefício dos meus clientes.

Queria pintar dez por cento do que ele pintou e não consegui um, mas rabisco bem.

Queria ser padre e hoje, de alguns peço conselhos, a outros puxo as orelhas.

Queria ser arqueólogo, descobridor de alguma cidade inca. Só descobri um freio de carroça num abismo da Serra do Mar e juntei fragmentos de azulejos do Rancho da Maioridade.

Queria ser jogador de futebol e sacudir os estádios com meus gols. Hoje sou representante, técnico, treinador e goleiro do time do Breno (14) e do Cassiano (11) no jogo do 3 sai, aos domingos no SESI do Bairro Assunção.

Fiz um “blog” para avisar as pessoas, ajudá-las a encontrar um rumo e só consegui uma seguidora até agora: a fiel Adrielle, com seu sorriso bonito enfeitando um pouco aqueles textos muito sérios!

Os desejos não realizados, que mesmo assim, por muito que permaneceram comigo, ajudaram a iluminar a aventura dessa vida.

Mas ainda vou plantar em canteiros, os morangos que plantei em vasos de garrafa pet, pendurados nos muros. Plantar muitos outros pessegueiros, como aquele que não conseguiu esperar a compra do sítio, lançou suas raízes fora do balde e se enraizou no terreno que não era nosso. Mas deixou um aviso: olhe quantos frutos nós produzimos e como são perfumados! Por falar em perfume, vocês não devem saber o que seja perfume de flores das delicadas uvaias!

Me apaixonei por loiras do “sul” e me casei com uma morena do “norrte”. Ela queria ser administradora de empresas e hoje é professora de matemática (das melhores) que com seu jeito meigo, cativa os alunos, põe ordem na classe e o melhor de tudo: ensina.

Quando nos casamos eu não estava apaixonado por ela. Só sabia que a amava um pouquinho e a admirava muito. Nem tudo foram flores, porém hoje sou apaixonado por ela e nem sei se a mereço.

Hoje faz vinte e dois anos que nos casamos (preciso comprar o presente dela) Temos dois filhos lindos cujo lema é “Comer, crescer, sonhar e se divertir” (estudar é o nosso). Agora é assessorar esses dois frutos para que se dêem melhor na aventura da vida deles e imaginar as formaturas, as noras, os netos.

Hoje tenho uma imagem para a nossa aposentadoria: depois de um dia cheio de coisas para fazer, sentarmos na varanda, apreciarmos o por do sol, fazer planos, rezar um terço e lembrarmos das coisas simples da nossa vida. Coisas simples e intensas.

Quem disse que a vida tem que ser um show de rock?

É isso que me faz feliz .