O QUE BUSCAMOS, A PRESENÇA DO QUE ESTá AUSENTE?


Dolorido e estranho prazer de recordar
,Atropelando os momentos fatais
Para repetir a vida no sonho,
na realidade jamais
(Mendes Melo - Memória)
 

A manhã é fria e eu indago do poeta: é verdade que nas manhãs frias a ausência sentida é mais triste? Explica pra mim o que nos empurra veloz para onde a lembrança indica? O que buscamos, a presença plena do que está ausente? Seria de fato o milagre da memória consciente como afirmas?

Ainda sobre a memória responde pra mim poeta... Já sei, já sei, vais repetir o que já dissestes em um de teus poemas, que a memória é um processo vivo e que nela se vive o passado. Um passado com dor, porque não faz voltar nem pessoas nem fatos que o desejo gostaria de viver outra vez.


Tens razão poeta, o passado não faz voltar nada, e eu  digo o porquê:         ele simplesmente inexiste e o que está passado e o puro nada são a mesma coisa, está passado e tudo o que foi criado vai abismar-se no nada, está passado.

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O poeta com quem converso é o meu amigo Mendes Melo
 
 
 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 08/06/2011
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