E por acaso o amor faz algum sentido?

Naquela noite tive vontade de sumir... as lágrimas corriam, e a cada gota que caía e molhava o travesseiro - já acostumado a isso, mais vontade e mais certo parecia ir embora. É, sempre fui meio passional, intensa demais – talvez. Não gosto de meias palavras, de situações mal acabadas e muito menos de julgamentos mais incertos do que o contrário. Talvez se eu pensasse alto seria entendida como falante, apenas talvez.

Enquanto tentava entender o que havia se passado, me encolhia na cama quente, coberta pelos lençóis, tentando, de alguma forma insana, imaginar uma vida descomplicada, calada mas entendida, simplificada e simplesmente vivida. Um grito mudo saiu de mim... tenho certeza que ele escutou.

Abracei o travesseiro, agora ainda mais molhado, e pedi (acho que para mim mesma, nessas horas sou meio cética)... só pedi. Acho que deve ser esse o meu erro, pedir! Pensei nele. Aliás, pensei ainda mais nele. Sou assim, pra lá de exigente, pouco experiente e ainda meio carente. Eu? Somos dois e quatro só é quatro porque soma-se a outro dois. Sentido? Nessa hora nem tem mais...

Quando os pensamentos voavam ainda mais longe, mais do que eu imaginaria que pudessem ir. Ele escutou. O que? Escutou aquele grito que dei, ora! Aquele mudo. É... ele realmente escutou. Como é que pode? Prova, sim prova. Enfim, eu sou pra ele e ele pra mim!

Sheila Liz
Enviado por Sheila Liz em 08/06/2011
Código do texto: T3022362
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