QUANDO A NOITE CAI

O silêncio sorrateiramente invade a casa, que se torna misteriosa e triste.

Tudo calmo, abro a janela, olho o pequeno jardim e a rua deserta. Nessa calmaria, a brisa sopra sob a luz nítida da lua e das estrelas que iluminam as lágrimas que silenciosamente afloram em meus olhos quando a noite cai. Devagar viajo nas lembranças, atravesso todos os obstáculos até chegar onde você está, todas as vezes que a noite cai. Junto a você tudo é paz, é alegria, há sorriso, há harmonia.

De repente, um cão ladra distante trazendo-me de volta à cruel realidade de quando a noite cai. Seu sorriso e sua voz ecoam em meu pensamento como se fosse um sonho. Olho novamente a rua e vejo somente o vento soprando nos telhados e nas copas frondosas das árvores, balançando os ninhos dos pequenos pássaros que assustados agasalham seus filhotes protegendo-os do frio da noite. A lua agora parece triste e pálida e se esconde entre as nuvens como se também sofresse. As flores já não têm o mesmo perfume e suas pétalas começam a cair esvoaçando-se com o vento como se acenassem um triste adeus quando a noite cai. Como uma pequena ave em busca de ninho, o sono chega quando a noite cai, trazendo com ele novos sonhos e viagens indescritíveis, afugentando a melancolia que chega quando a noite cai.

Maria Gerlândia
Enviado por Maria Gerlândia em 08/06/2011
Reeditado em 09/06/2011
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