Cortando cabeças...








Tenho uma amiga, daquelas que nem o tempo nem a distância conseguem fazer com que a amizade e o carinho diminuam, que tinha um estranho hábito que eu vivia combatendo: ela cortava as cabeças de quem a incomodasse. E nem precisava incomodar só  a ela. Certa vez ela achou que uma amiga comum tinha me desmerecido e cortou a cabeça dela. Eu nem liguei e até tentei convencê-la a não fazer mais isso, pedindo-lhe que devolvesse a cabeça dessa amiga comum para o seu lugar - ela ficou irredutível e a cabeça ficou cortada até hoje.

Evidentemente a minha amiga não é nada sanguinária e esse corte de cabeças é metafórico. Mas boas amigas sempre acabam influenciando uma a outra e é isso que esstá acontecendo. Soube que ela já não corta tantas cabeças. Eu, agora, comecei a cortar.

O que significa isso? Significa que não mais estou aceitando decepções. Já cortei algumas cabeças, principalmente por aqui, no Recanto. Não tenho mais tempo a perder com amizades de mão única. Pessoas que brincam e não aceitam brincadeiras. Pessoas que buscam envolver-me em fofocas virtuais. Pessoas que não sabem o valor da palavra amizade. Agora estou como minha amiga era: corto a cabeça, ou seja, passo a ignorar completamente. Estou em uma fase de minha vida que, em qualquer relacionamento, real ou virtual, exijo reciprocidade. Tenho o mais extremos cuidado em não avançar nenhum limite, respeitando não só as idéias, mas também o espaço que a pessoa coloca a minha disposição. Não dou um passo para ultrapassar essa linha porque acho que na vida o respeito é fundamental.  E é uma via de mão dupla.

Também, como minha amiga, não perco o meu tempo avisando a pessoa que para mim, agora, ela não existe mais. Que descubra sozinha. Nem corto as cabeças sem motivo e certamente os cabeças cortadas sabem bem porque ficaram acéfalos.