Pães e Lágrimas

por favor, leiam até o fim mesmo,ok?!

19h20min. Exatamente nessa hora, eu estava dentro do carro, o trânsito are lento - poderia ser mais um dia qualquer - se não fosse está crônica que estivesse surgindo. Por outro lado da janela, as pessoas passavam para lá e para cá e repetiam isso enfadonhamente, de modo tal que te livro, leitor, desse cansaço. Ora começava a chover, ora a chuva não mais caía, o carro continuava ali, parado, talvez ele soubesse o que aconteceria.

- Filho, um avião particular bem que resolveria nosso problema. Disse meu pai, passando as mãos no cabelo. Rimos.

- É, mas já que não o temos, temos que esperar mesmo.

- Esperar esse trânsito insuportável. Eu disse, encostando a cabeça na janela.

- Isso é uma vergonha, enquanto buzinava, a política parece não se importar com essa porcaria de tráfego nos [grandes] centros urbanos, e ainda tenho que escutar pagode no trânsito.

Desesperado, ele abre a janela, reação rápida e diz com o homem do carro ao lado:

- Você não se importa com esse trânsito infernal? Não respeita esse velho que dorme no banco de trás, no carro que está em sua frente, abaixa essa droga...

Já não escutava mais nada, olhei para fora - em direção à praga e as pessoas passava no mesmo jeito. Pareciam não notar o que notei, entre árvores, no chão molhado, estavam deitados uma mulher [talvez] o seu marido e dois filhos, um com seus 2 anos, outro com 6. Usavam roupas velhas, cabelos grandes, pareciam não cheirar bem, no entanto eram INOTÁVEIS - para os andarilhos - Até que um homem qualquer, apressado, passando, repentinamente parou, abriu a bolsa e deu uma sacola de pão e outra de queijo. A criancinha, a menor foi até ele e pegou o pão (sorriu) e foi embora. Este continua andando e vai desaparecendo.

Lágrimas. No meio rosto era só o que havia.

O coração começou a pulsar sentir uma súbita, alegria na alma, ainda existem pessoas que; mesmo empurradas pela rapidez que compõe a vida, conseguem se refletir nos outros, enxergar-se nelas. E não importa a ajuda; se um pedaço de pão, ou uma fatia de queijo. O que importa é se fazemos rir uma criança de vida triste. Pensei nisso por muito tempo; e quando notei não havia mais trânsito. Estava tudo livre.