REFERÊNCIA NACIONAL

Bandidos perigosos, daqueles que até Deus duvida, existirem no Brasil, ocupam os mesmos lugares das celebridades. Bandidos de todos as vertentes do crime: do colarinho sujo do colarinho branco, do crime organizado ao desorganizado.

Como não há mais heróis, a garotada delinqüente de hoje mira-se no bandido de sua comunidade. Haja vista que não é preciso ir tão longe para ter a preferência nacional da malandragem e ser fã do pior que “tá tendo”. Temos bandidos de todas as classes sociais por metro quadrado: 12, 148, 155, 157, 171, 180, dando-nos a impressão de que “tá tudo dominado”, graças ao ECA e a impunidade.

O fato é que todos querem se dar bem e ser felizes para sempre, como seu ídolo. Querem para ontem, o iate, o jatinho, o carro importado e todas as fêmeas ao alcance das mãos. Alguns desistem e outros sucumbem bem antes do primeiro fusquinha.

Não é difícil identificar aquele comprometido com a delinqüência juvenil, quanto ao porte de arma, uso de drogas e apologia ao crime. Conseqüentemente, nasce, também, o amor bandido, regado de bastante adrenalina, pseudo luxo e efêmera paixão.

Na maioria desses “love affair”, para a mulher, tanto faz ser a primeira ou a milésima dama. O importante para elas é serem mais uma do “todo poderoso”, ser respeitada, ter segurança, estabilidade financeira e bastante filhos com o mesmo.

Lugar de bandido não é mais na cadeia, e sim, na televisão em programação de horário nobre, dando o maior Ibope. Al Capone, numa hora destas, deve estar se revirando em seu túmulo e morrendo de inveja.

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Sergio Pacheco
Enviado por Sergio Pacheco em 29/11/2006
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