FOI ENGANO

Quando o telefone toca e me assusto, me pergunto quem será do outro lado da linha?

Alguém que se lembrou de mim, um amigo que não fala comigo há anos devido á longa distância, ou uma amiga que ontém fingiu na rua não me conhecer e hoje me liga pra perguntar por ande ando?

Tocou o telefone e ao atender dizendo: alô, alô, que nada tava mudo, ninguém disse nada e em seguida desligou...

Será que foi engano,trote ou apenas alguem querendo ouvir minha voz? Quem sabe?

Os minutos e as horas passam, a solidão toma posse daquilo que não deveria ser dela, minha vida!

Já é madrugada e eu no meu quarto tomado pela velha companheira a insônia, olho ao lado e sobre a escrivaninha uma folha de papel em branco e pegando o lápis começo então a escrever algo sobre....Um momento: o telefone que toca e eu digo: alô...alô... sem resposta fico então a imaginar quem poderia estar ligando? Um amor do passado, ou alguém sofrendo de solidão procurando alguém para dividar tal inconveniência? Fico então confuso, volto ali para a mesa e a folha de papel e o lápis parecem me chamar, parecem suplicar a minha atenção, me vejo a escrever sobre os telefonemas que recebi ao longo de minha insônia, sempre que meu aparelho tocava eu atendia na esperança de alguém estar precisando, lembrando de mim ao menos pra dizer boa noite, ou como você está? Ou ainda, está sumido o que houve?

Passo as horas a escrever, como que tirando de dentro de mim algo que não sei explicar o que é, sentimentos que não sei descrever, mas

escrever é um remédio para as almas solitárias, pode não curar mas alivia a solidão que podemos dividir com um lápis e uma folha de papel, sei que já está quase amanhecendo, um novo dia já vair raiar silêncio total...meus olhos começam a ficar pesados,um pouco de sono se aproxima não consigo mais enxergar o que escrevo, as letras ficam cada vez menores, debruço sobre a escrivaninha e....Acordo após alguns minutos de cochilo com o telefone tocando: alô..alô, desculpe foi engano!

Vou para a cozinha preparo um café que exala o cheiro por toda a casa, tomo então uma xícara desse café, volto ao quarto pego a folha

de papel onde escrevi várias frases com nexo e outras sem, e por um vacilo derramo café sobre a folha: que pena manchei meus escritos

então pego a folha e a coloco embaixo do telefone e vou dormir quem sabe amanhã alguém me liga!

MARCIO ZANNOVITCH
Enviado por MARCIO ZANNOVITCH em 23/06/2011
Reeditado em 23/07/2011
Código do texto: T3051912
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