A Santa Ceia [dos mendigos]

*Obs.: As falas das personagens são de linguagens não-padrão para melhor caracterizá-las.*

No chão. Eram onde estavam todos os [famintos] doze mendigos à espera de qualquer ajuda para se saciarem, embora estivessem na parte mais pacata da praça, onde só havia árvores e apenas um banco. O dia já era alto, o sol esquentava, já fazia algum tempo que não haviam comido, suas roupas estavam meio rasgadas cheiravam mal ninguém passava perto deles. Até que o mais velho, o senhor Dinná, resolveu dar uma volta pela praça, na esperança de encontrar alguém para ajudá-los.

- Chega! Não agüento mais! Estamos aqui parado há tempo sem comida, com essa porcaria de vestimenta cheirando mal. Vocês fiquem aqui quietos que eu irei à procura de qualquer coisa para nos matar a fome.

- Eu vou ir com você, irmão! Tu deixa? Disse o mais novo, o biné, como era chamado pelo grupo.

- Não! Você fica aqui com os outro, se formos em muitos todo mundo vão ficar assustado.

Biné obedeceu, mas disse para Dissá voltar logo, senão ele morreria.

Ele, então, se foi. A praça era grande tinha esperança de encontrar alguém bondoso, mas – embora percorresse por ela toda – não encontrava ninguém, até quando no meio do caminho encontrou uma senhora alva, de cabelos curtos, com algumas sacolas nas mãos. Ele parou. Ela também. Os dois ficaram se olhando por um bom tempo, ela via sofrimento nos olhos deles, e ele via bondade nos dela, que já estavam cheios d’água. Ela, então, o entregou dois sanduiches e uma lata de refrigerante. O mendigo não falou nada apenas pega a oferta e beija-lhe a mão, à medida que deixa cair uma lágrima, a velha sorrir a vai embora. Ele porém continuou parado no mesmo lugar, pensando... Por um certo momento passou-lhe a idéia de comer ali mesmo sozinho, seus amigos não o veriam, depois diria aos outros que não tinha encontrado comida, mas isso era por em risco a vida dos seus colegas: eles não se lembravam da última vez que haviam comido. Nem ele. O coração palpitou, segurou os pães firmemente e o refrigerante e colocou-os debaixo da roupa, olhou para o céu e foi ao encontro deles, quando foi avistado, todos os olhavam com muita esperança, mas não viam nada em suas mãos.

- Não encontrou, né? A gente vamos morrer mesmo. Chorou. Dissá tirou os pães e o refrigerante e mostrou-lhes, todos se levantaram alegres, não podiam acreditar: iriam comer, antes de comerem, Dissá ordenou:

- Façam um círculo, peguem na mão dos outro, vamos agradecer ao Senhor por isso. Todos obedeceram, logo após a oração, Dissá partia os pães para cada um depois tomavam um gole do refrigerante, o fez de forma tão fraternal que comeram de se saciar. Estavam revigorados, estavam mais um dia vivos.

WandresonRocha
Enviado por WandresonRocha em 27/06/2011
Código do texto: T3060281
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