A mulher e a flor.

A crônica 'A mulher e a flor'

A porta se abre, e ela é jogada ao chão como ninguém – sua patroa a xinga furiosamente, enquanto a desprezível permanecia calada olhando para o chão

- Como você é desprezível e grotesca, não nem acreditar... Somente alguém tão repudiável como você! Você quebrou todos os meus pratos de porcelanas e minhas taças de cristal. Seu inseto significante, você não vale um pouco do que eles valiam sua ninguém! Já! Suma daqui! Ela bate a porta furiosamente.

Agora, Mille sentia vontade de chorar, mas eu a pouparei... Não a deixarei derramar lágrimas, vou colocá-la no jardim, ou no outro lugar onde ela se sinta feliz. Não vou! Deixe-me aqui quero chorar vou ver minhas lágrimas, sempre as admirei. Como pode? Ela aceita o sofrimento. Sim, apenas me deixe saber quem sou. Uma chuva fina começa a cair, ela se levantou ainda chorando e vai caminhando para debaixo de uma velha árvore se abrigar. Não quero ir! Quero caminhar pelas ruas, andar sobre elas. Sentir a dureza dos meus passos, quero ouvir meu respirar. E assim ela vai. O sol volta. E Mille caminha chorando pela avenida tão movimentada – as pessoas não a notam, mas ela as olha deixando as lágrimas caírem. Queria chorar. Não quero! Quero sorrir! Quero sentir esse gosto. Sinto um vazio no meu interior. Ela olha para o céu e começa a rir, a rir demasiadamente. Sai correndo com passos tal qual de uma criança a correr pelo jardim. Quando no duro asfalto, bem entre o asfalto da calçada, ela consegue enxergar o que ninguém havia notado: uma flor. Uma pequena flor amarela, que lhe dá, ao mesmo tempo, sensação de náuseas e de prazer. Ela para, a observa, se aproxima e fareja como um cão, desconfiadamente, toca-lhe rapidamente, sorrir e deixa cair uma lágrima. Misterioso. Ela se sente feliz. Não! Eu sinto algo... Algo indescritível. Deita-se no chão fica frente a frente com a flor,e olha suas pétalas,ainda um pouco molhadas,consegue ver seu rosto...nunca havia se visto antes!Pensa que é outra pessoa,mas alguém passa e a chama de louca porque ver seu próprio rosto e não entende.Após isso, que a toca sorrir e chora e repete isso incansavelmente, se sente vazia e completa. Se sente alguém e ninguém perto dessa flor. Não! Me sinto... E só isso! Isso já basta, só me sentir já me faz um pouco disso:feliz.Um pouco disso: triste.Só quero cantar uma música que nunca ouvi,mas ela está cá dentro de mim. Então ela começa a cantar,cantar baixinho somente para ela e para aquela misteriosa flor.Cantou por muito tempo,elas pareciam se entender.Seria ela aquela flor,nascida entre a dureza da vida.Deixamo-as em paz,não as acordemos,leitor.

WandresonRocha
Enviado por WandresonRocha em 28/06/2011
Reeditado em 02/03/2015
Código do texto: T3062836
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