O almoço acabou... E agora Marias?

Nos últimos dias, fui convidada pelas minhas ex-colegas de faculdade para participar de um almoço, num determinado shopping. É óbvio que aceitei, não poderia negar. Tanto é que escolhi a melhor roupa do armário, aparei e pintei minhas unhas com o esmalte mais bonito.

Durante o almoço, esquadrinhei as mesas que estavam ao meu redor.

Muitos Josés também se confraternizavam. Foi maravilhoso relembrar os fatos ocorridos, debater o presente e questionar as incertezas do futuro. É sempre muito bom estar ao lado de pessoas que direta ou indiretamente nos ajudam a escrever algumas páginas de nossas vidas.

No entanto, entre conversas, risadas, brindes e confissões, as horas começaram a materializar a nossa iminente despedida. A fugacidade do tempo é sempre inabalável.

O que restava para nós, Marias era apenas aproveitar os últimos segundos que ainda nos uniam. Ainda assim, pouco a pouco, cada Maria foi dizendo um breve adeus. E, consequentemente, cada uma continuou levando dentro de seus corações, os mesmos sonhos, os mesmos medos e as mesmas necessidades.

Sim, o almoço acabou, a comida nos fartou e o copo de cerveja esvaziou. A chama do reencontro se apagou, melancolicamente. A tristeza foi tomando consigo a nossa felicidade instantânea.

Voltei para casa, fazia lá fora uma noite de restritas estrelas. E naquele momento, senti - me como uma Maria sem José, uma Maria sem lar, uma Maria sem livros para ler, uma Maria sem forças para gritar.

A verdade é que em alguma circunstância da vida, vamos nos encontrar dessa forma – com a sensação de que as épocas boas da nossa existência cessam, mesmo que temporariamente, transformando-nos em Josés e Marias deste mundo.

Mayanna Davila Velame
Enviado por Mayanna Davila Velame em 28/06/2011
Código do texto: T3063057
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.