FESTIVAL DE ÓPERA

     A ópera é uma arte complexa, estranha e sempre fascinante. Combinando a forma do drama visual com o trabalho musical, os compositores foram influenciados não apenas pelos recursos musicais a seu dispor, mas também pela prática teatral e pelo gosto dramático e literário de seu público. As peças musicais que hoje nos encantam são frutos da genialidade dos autores e de uma série de outros fatores, inclusive, como no caso de Rigoletto e outras óperas de Verdi, da censura política.

     Ainda assim, o compositor a domina. Sua obra afirma-se de tal modo que agrada não só às platéias de sua época, mas também àquelas que virão, cujos hábitos e atitudes terão mudado consideravelmente.

     Para aprender completamente uma ópera é preciso vê-la no teatro e - a não ser que consideremos que os compositores não sabem o que fazem – compreender todas as suas palavras, seja pela representação na língua do público ou pelo total entendimento do original. A palavra ópera é italiana, derivada do plural da palavra latina opus, que significa ‘obra’.

     Iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura do Distrito Federal, o 1º Festival de Ópera de Brasília surge como um marco na produção operística da cidade com o objetivo de incrementar a vida cultural de Brasília. Trazendo artistas brasileiros consagrados, visa também fomentar o desenvolvimento dos profissionais da região envolvidos no setor, gerando oportunidades de emprego e renda, bem como de qualificação profissional. Cantores, figurinistas, cenógrafos, músicos, iluminadores, produtores, marceneiros, costureiras, atores e todo um conjunto de áreas afins serão beneficiadas nos próximos anos pela continuação do evento. O Teatro Nacional de Brasilia, em cuja Sala Villa Lobos tantas óperas foram apresentadas, pela primeira vez privilegia artistas da cidade, momento em que homenageia o maestro Sílvio Barbato, morto no acidente da Air France em 2009.

     A população da cidade pôde assistir a belíssimos espetáculos encenados, como as óperas “Pagliacci” e “Cavalleria Rusticana”.

PAGLIACCI
Ruggiero Leoncavallo
(1858-1959)
Uma peça dentro da outra: artifício bastante antigo (Shakespeare tornou-o familiar a nós). A comédia encenada para os habitantes de uma pequena vila por um grupo de atores ambulantes transforma-se numa tragédia da vida real.
Além do mais, o compositor (que foi o seu próprio libretista) insere um prólogo dito por um dos atores vestido a caráter, mas que supostamente dá uma mensagem do amor.


CAVALLERIA RUSTICANA
Pietro Mascagni (l863-1945)
Dois detalhes teatrais audaciosos distinguem a partitura de Cavalleria Rusticana. Na abertura baseada em harmonias que se farão presentes na ópera propriamente dita, ouve-se uma serenata por trás das cortinas, entoada por Turiddu, que a dedica ao seu amor proibido, Lola. É como se não ouvíssemos simplesmente uma abertura, sentindo por trás daquelas cortinas que a vida segue seu curso em uma vila siciliana, logo revelada aos nossos olhos.
No transcorrer da ópera, um intermezzo é executado com as cortinas abertas: olhamos para o palco vazio e, estimulados pela orquestra, recordamos tudo que nos foi apresentado até então.

Soprano Janette Dornellas, uma das
atrações
    
Martin Muehle, tenor. 


Programação completa

7 de junho: Abertura do festival com o espetáculo “Mozart”
Local: Sala Villa Lobos do Teatro Nacional
Horário: 20h

17 e 18 de junho: Ópera Pagliacci, de Leoncavallo
Local: Sala Villa Lobos do Teatro Nacional
Horário: 20h

23 e 24 de junho: Ópera Cavalleria Rusticana
Local: Sala Villa Lobos do Teatro Nacional
Horário: 20h

28 de junho: Concerto de gala
Local: Sala Villa Lobos do Teatro Nacional
Horário: 20h


LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 01/07/2011
Reeditado em 01/07/2011
Código do texto: T3068514
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