O desejo de uma borboleta

Esperou tanto por esse momento, até que chegou o dia de desovar. Então a senhora borboleta pousou – se sobre a folha e aguardou pacientemente. Algum tempo depois, já era esperado que os ovos se abrissem, porém por ironia do destino eles se quebravam e não saia nenhuma larva. A mamãe borboleta ficou desesperada. O que havia acontecido? Era a sua última desova, e quanto mais o tempo passava mais desesperada ela ficava.

Até aquele presente momento não havia mais esperanças. Quando de repente algo se mexeu, era uma larva saindo da casca de um ovo já esquecido no canto da folha. Os olhos daquela borboleta fitavam sobre o laroz. Então voou para próximo daquela nova vida. Talvez estivesse com fome e por fim a ofereceu um pouco de folha. Queria está presente em todas as fases daquela futura borboleta.

Em um “piscar de olhos” o que era larva se transformou em um lindo casulo. Estava dependurada sobre um galho próximo ao local do seu nascimento. A genetriz a cada minuto que passava ficava mais fraca. Seu corpo já não sentia aquela vontade de viver. O desejo de ver o primeiro voo do seu unigênito era o que a mantinha viva.

Faltava pouco para sair da crisálida, mas cada segundo parecia uma eternidade. A mãe estava debilitada, e não resistia mais. Fechou os olhos e deu – se como morta. Até que escutou um barulho bem baixinho, mas naquela ocasião era como o som mais potente que existe. Abriu os olhos, viu o que passou a vida inteira desejando ver, e depois os fechou sem nenhuma recusa.