Tião Catucá

Os dois de chinelinho de dedos, mas não tiveram medo de que alguém presencia-se aquele momento e aquele beijo, o beijo que mais puro até hoje eu já vi. Uma coisa rara que somente em Dourado Quara! Quara? Uma palavra indígena com muitas traduções. Veja a simplicidade das roupas e as loucuras daquelas bocas que sabiam que era agora ou nunca.

Tião Catucá, o benzedor destemido que não sabemos de onde veio, caiu de pára-quedas ali naquele meio e não sabemos qual foi o primeiro ser humano que ele benzeu. Ele tinha confiança, nem se ligava para cobranças e não sabemos a quantos ele atendeu. Aquele casarão de rasgadas janelas agora não podemos mais contar com essa testemunha ocular. Por quê meu Deus estes médicos você nos deu, mas quase todos estes homens abençoados morrerão no anonimato, mas agora a cidade volta a ser amada com a chegada destas belezas raras, os craques da caneta Cambraia, Nute e Ara reinvidicando uma estátua mais que justa depois de tantas vidas salvas.

Dificilmente veremos um amor tão bonito e puro igual ao de Catucá por sua eterna companheira Dona Aranha.

E lá do céu Tião Catucá angelicalmente diz com um sorriso de orelha a orelha, exclama “meu Deus graças a estes garotos de ouro, obrigado eu nasci de novo”.