Haverá um amigo no horizonte?

Quando vejo uma montanha ao longe imagino o que teria atrás dela. Talvez eu seja curiosa demais. Numa planície imensa, onde o horizonte se perde em neblina, aguço a visão com o intuito de ver o ponto mais longe, visualizar talvez uma casa ou cidade. Porque essa necessidade de saber o que nos rodeia, mesmo que à distância?

Uma vez eu li que as pessoas precisam estar cercadas de objetos ou fotos que lhe sejam familiares porque “precisam” se sentir em casa para haver segurança. Pode ser essa a explicação. Imagino qual seria minha reação ao ver que no horizonte há algo grotesco como uma habitação de filme de ficção, talvez uma esfera cheia de tentáculos assustadores. Com certeza era melhor não ter visto e não se saber próximo de algo assim.

Pensando assim, vou parar de olhar o que está fora da visão, pois o que está ao redor já está de bom tamanho.

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Ana Toledo
Enviado por Ana Toledo em 12/07/2011
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