TOLERÂNCIA ZERO
 

     Eu deveria ter, mas reconheço que não tenho paciência com gente lenta, que demora séculos para entender o óbvio e, além disso, fica nos aporrinhando com perguntas e/ou observações tolas. Fico sem saber: eu respondo ou desenho?  Nem uma coisa nem outra. Já tentei responder e acabo dando uma daquele personagem do programa humorístico, porque explicar o óbvio é meio que demais, não é não?
     Estava eu varrendo a calçada na frente da minha casa, na maior tranquilidade, porque eu sei que é natural as folhas das árvores secarem e caírem. E não é que passaram várias pessoas (pasmem, não foi somente uma!) e me disseram: “Nossa, quanta folha!” Puts, e ia ser o que? Seria melhor se da árvore caísse dinheiro, respondi já meio passada.
     Outro fato interessante aconteceu quando morávamos vizinhos de um condomínio e telefonaram para a minha casa de madrugada, reclamando que a cachorra “latia muito alto”. Na maior tranquilidade, eu disse que quando a comprei, o dono do pet shop se esqueceu de me enviar junto o controle remoto, para que eu pudesse regular o som dos latidos.
     Isso até hoje rende gargalhadas lá em casa! Ora, bolas! Cachorros latem, isso é óbvio! Se ela cantasse, eu já teria levado no Domingão do Faustão.  
     Outra coisa que me tira do sério é quando o tempo vira para chuva e alguém passa na rua e diz: “vai cair água”.  Ai, ai, ai! O que mais poderia cair? Um raio na cabeça do infeliz, mas isso seria muita malvadeza eu desejar, mas que eu penso, ah, isso penso!
     E sou das que concordam com o bordão:"Pergunta idiota, tolerância zero"!