A PESSOA CERTA

Num mundo cada dia mais caótico, confuso e perdido em seus conceitos, a tendência do momento é questionar valores e propor novos padrões.

A mídia, com suas telenovelas e seriados, ilude o inconsciente coletivo por meio da falácia de que "a arte imita a vida", quando na verdade são as pessoas que se tornam cada vez mais escravizadas por ela e programadas a seguirem suas péssimas influências.

O consumismo, hoje uma doença social, avançou para níveis tão absurdos e quase esquizofrênicos, que se criou a idéia de que até os sonhos e prazeres podem ser achados nas prateleiras de algum supermercado, sedimentando, assim, a concepção de que as relações sejam descartáveis, de uso periódico, com prazo de validade, e, portanto, desprezíveis assim que se tornem desinteressantes.

Ideologias modernas de equiparação sexual construíram um perigoso cenário de guerra fria e competitividade entre homens e mulheres, sendo estas últimas ensinadas desde a mais tenra idade a viver sob completa independência dos homens, tanto no contexto econômico, como inclusive no afetivo-sexual.

As tecnologias disponíveis, criando mundos virtuais onde vidas paralelas são possíveis e a traição encontra solo fértil e seguro para sua proliferação, vêm destroçando famílias e muitas vezes até pondo em risco pessoas desequilibradas que desconhecem as fronteiras do caráter, na mesma proporção em que ignoram o lado negro da web.

E esses fatores, juntos ou isolados, fortalecem a concepção de que haja alguma legitimidade em transgredir, quebrar paradigmas, romper os elos e se opor a tudo que se espera de um relacionamento saudável.

Mas o prazer maquiavélico de se permitir a tais experiências egoístas, costuma cobrar um alto preço para a própria felicidade, pois assim como a estrada errada nunca leva ao destino certo, da mesma forma ninguém será feliz semeando equívocos, aventuras e deslealdades.

O ser humano só se realiza quando acerta. Em todos os campos do existencialismo é assim que funciona. As melhores decisões são aquelas de efeito pleno e não de sensações passageiras. Só os tolos associam o agir corretamente com a monotonia e só os imbecis acreditam que através do erro se obtenha os melhores prazeres.

Nesse sentido, não há virtude alguma em se unir à pessoa errada. A lógica dessa escolha é egocêntrica, pois despreza as lágrimas de terceiros e jamais, em tempo algum, houve um egoísta feliz debaixo do sol.

O investimento na felicidade consiste em andar com sabedoria. Ouvir a voz do coração não é ouvir os gritos da destruição, pois o amor é um sentimento edificante e não uma desculpa para o ato desleal.

Esse mesmo amor um dia nos apresenta a pessoa certa. Estar com ela é assegurar um laço por toda vida, é priorizar a família, é investir numa paz de espírito permanente, é ser fiel no real sentido dessa palavra, é ser exemplo num mundo que caminha sem referências.

Viver ao lado da pessoa certa é ter a oportunidade de não sentir vergonha jamais da própria história e transmiti-la com orgulho para aqueles que dão seus primeiros passos e nunca viveram nada parecido.

A decisão certa é aquela que tomamos a favor do amor e o amor é um sentimento virtuoso, que não exige o ato mal para nos proporcionar o bem. Poucos o vivem, mas todos que o encontraram testemunham que isso só foi possível ao lado da pessoa certa!

*******************************************

Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 15/07/2011
Reeditado em 15/07/2011
Código do texto: T3096942
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.