SÓ  (R)  RINDO


                         Era por volta de onze e meia da manhã de um dia de calor estafante.

                               Eu havia saído em torno das dez para fazer pagamentos e compras no supermercado. Na casa dos  outros não sei como é, mas na minha todos os dias falta alguma coisa que requer reposição imediata. Conclusão:  a bem dizer quase que diáriamente me vejo obrigada a passar no Pão de Açucar do Center Um, onde, por força do hábito, faço minha feira.

                               Fiz, pois, os pagamentos devidos, as compras necessárias e cheguei em casa doida por um banho refrescante. Deixei que a empregada tratasse de arrumar o que eu havia trazido e corri para o quarto. Fechei a porta. Tirei a roupa. Entrei no banheiro e sentei-me... Ouvi, então, um assobio vindo da minha esquerda, do lado do box. Muito vagarosamente virei a cabeça e olhei. MEU DEUS! TINHA UM HOMEM LÁ, DE COSTAS, TREPADO NUMA ESCADA, MEXENDO NO CHUVEIRO!  Não tive dúvidas, passei a mão numa toalha e saí correndo porta afora.

                               O homem era o Antonio (que entrou nessa de gaiato, ou fui eu quem entrou) - pedreiro, pintor, eletricista, um faz tudo que andava sempre lá por casa consertando uma e outra coisa. E foi justamente esse dia e essa hora que ele escolheu para consertar o meu chuveiro. É... coisas que acontecem.