O SAPO QUE QUERIA SER GENTE
Havia um sapinho que morava num lugar chamado "brejo alegre" próximo à cidade, e a noite ele deixava sua mãe e ia ao encontro de outros amiguinhos para juntos coaxarem e assim festejar a vida no brejo, vida feliz e em paz!
O sapinho se chamava "Cururú", certa manhã ele acordou e convidou alguns amigos para irem até a cidade para ver como era a vida dos homens e lá se foram...Chegando na cidade algumas crianças estavam brincando no quintal de suas casas onde uma delas gritou:" Um sapo! Socorro"! O pai da criança correndo até ela, pegou um punhado de sal e jogou nas costas daquele sapo que saiu pulando sentindo uma dor terrível...Cururú vendo aquela cena chorou ao ver o amigo ser cruelmente atacado por aquele homem, em seguida o malvado ainda jogou água quente no pobrezinho que foi chutado para a rua, com muita dor e fraqueza o sapo pedia socorro, então o sapinho Cururú o ajudou a chegar ao brejo e entrar na água onde permaneceu vários dias até sarar.
Cururú a partir dessa trágica situação queria se tornar um homem, para dizer aos humanos que os sapos sentem dor, e que não podem simplesmente ser agredidos e ficar por isso mesmo! Ele foi crescendo e vendo as atrocidades que eram feitas com os seus irmãos batráquios tais como: Jogar sal nas costas desses animais, colocar cigarros acesos na boca deles para se queimem e ainda serem usados em alguns rituais de magia negra onde colocam o nome de pessoas na boca deles e a costuram para que possam morrer e também matar a pessoa do qual seu nome foi costurado na boca do animalzinho...Que desumano, pensava o sapinho.
Por este motivo ele queria se tornar um ser humano, não para se vingar e maltratar ninguém, apenas para mostrar ao mundo das pessoas que os animais têm sentimentos, sentem dor e alegria, são parte da natureza criada por Deus para o homem tomar conta e não para destruí-la. O sapinho convidou todos os irmãos do brejo e todos bichinhos da floresta para fazer um apelo: "Chamem a atenção dos humanos e digam a eles que somos todos concidadãos neste mundo e que somos criação do Deus onipotente gritem por socorro enquanto há tempo". "Eu queria ser gente por um tempo pra tentar entender o por que de tanta maldade nos corações dos homens".
"Pois sabemos que a criação inteira geme e sofre as dores de parto até o presente" (Rm 8,22).