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Palavras
 
Tem palavras, que ficam presas no vocabulário do nosso subconsciente. Quando “inventamos” de ser escritor, começamos a chacoalhar a mente. Então, elas se desprendem, e querem ser usadas. É aí que começa a história: Quando eu digito a palavra, e o dicionário do computador passa o “traço” vermelho. E agora, o que fazer? Tira letra, põe letra, tira acento, põe acento... E nada do danado reconhecer... Quem tem o luxo de ter um “Aurélio” em casa, se safa numa boa. Mas o meu “socorro”, coitado, nessas horas pede perdão. O pior de tudo é que nessas paradas, um monte de inspirações invade... E quando eu volto a caminhar, já não sigo pelo mesmo caminho. Nessas horas eu já estou cortando caminho, pegando atalho e etc, tudo para ver se encontro o fio da meada. Mas a questão é a palavra... Tem aquela coisa do regionalismo, do bairrismo... e qualquer “ismo” que vá diminuindo o raio de ação da palavra. Eu mesmo sou retado (olha aí, chama o Nivaldo Lariú) para usar palavras da minha infância, que só entende quem foi menino (do mesmo bairro) naquela época. Por exemplo: Num poema, eu usei a expressão: Pidir pinico (é assim mesmo). Quando meu compadre leu, o poeta Luiz Nazcimentto, ele só achou engraçado eu ter me lembrado daquela expressão. Outra pessoa logo diria: Está errado. É pedir, e não “pidir”. E também não saberia o significado. O pior é que isso não está em nenhum dicionário, nem no de Nivaldo Lariú.
Se eu tivesse terminado o curso de Letras, eu optaria pela Linguística. Eu vou no: Como se fala, e não como se escreve.
Eu canto a minha aldeia, tentando tornar-me universal. Que não entendam a letra, mas espero que gostem da música.

Vocabulário:
Pidir pinico: Dar-se por vencido, jogar a toalha, entregar os pontos, perder a luta.