Dúvida de um Peixe
Dúvida de um Peixe: Minhoca ou Bacon?
Sempre tive uma curiosidade! Pescar deixa nervoso, ou acalma?
O pescador fica, horas e horas, sentado à margem de um rio ou pesqueiro, segurando uma vara de bambu com uma linha pendurada e um anzol na ponta. Presa nas garras do anzol está uma desesperada minhoca, dançando feito uma bailarina tentando escapar, antes que a boca escancarada de um peixe a alcance!
Para o pescador, é um teste de paciência!
Para a minhoca, um teste de sobrevivência!
Para o peixe, um teste de inteligência!
Diz um ditado popular: tá nervoso, vai pescar! Porém, em minha modesta concepção, o efeito é contrário. Ficar de cócoras ou sentado no chão, tomando sol ou chuva, esperando pela decisão do peixe em morder ou não a isca, é motivo pra deixar qualquer um nervoso, principalmente sabendo que se chegar em casa sem nenhum peixe haverá cobrança, tais como: não vale peixe com carimbo, ou, esse peixe foi pescado no mercado?, ou ainda, não adianta dizer que o peixe escapou!
Pensando bem, é difícil ser pescador! Por mais que fale a verdade sobre a pescaria, é taxado de mentiroso! O que acho uma injustiça! Hoje em dia, ser pescador exige uma tremenda habilidade!
Com a sofisticação humana, a natureza não ficou pra trás, até os peixes deixaram aquele jeito simples de ser atraído por uma minhoca e acabar fisgado por um matuto de campana, para assumir um gosto mais refinado, de acordo com o pesqueiro onde vive.
Se o pescador quiser ter o seu peixinho frito no jantar, terá que ser compreensivo, isso é, dar ao peixe a isca que ele gosta.
Entre as mais conhecidas estão: salsicha, mortadela, massa de batata doce com paçoca, coração, fígado, e até bacon. Pasmem! Como esses peixes mudaram! O sabor minhoca, não é mais o prato principal, os peixes agora aderiram ao progresso e quem quiser tê-lo na panela, precisa conhecer a preferência de cada espécie, ou terá como saída, o freezer da peixaria mais próxima.
Um conselho aos pescadores: atualizem-se, pois os peixes não aceitam mais qualquer alimentação!
Adijanira Rodrigues de Almeida