Que vergonha é escravizar

Na história do Brasil, encontramos o tema da escravidão, considerado como a imagem do cativeiro negro dos mais perfeitos. Ao se falar em escravidão, é difícil não pensar nas formas desumanas e cruéis pelas quais nossos negros africanos passaram. Muito da história da escravidão no Brasil foi contada em livros didáticos e, a maior parte, fala-nos do trabalho escravo nos engenhos e nas minas de ouro.

Agora, há mais de um século da abolição da escravatura ainda há trabalho escravo no Brasil. E o Piauí está na lista do Ministério do Trabalho. São quantas mesmo as empresas? Ahn, dez.

Como se fossem os donos de Navios Negreiros, cuja essência de horror se encontra no poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves, os proprietários dessas empresas tratam trabalhadores como mercadorias onde muitos vivem em condições desumanas. Segundo reportagem de Pedro Alcântara, no 180graus (30/07/2011), o Piauí tem dez empresas no cadastro de trabalho escravo.

As condições de trabalho é um dos temas mais sérios para a Justiça do Trabalho. E quando se fala em trabalho escravo, não há como não falar dos princípios e das garantias individuais previstos tanto na Declaração Universal dos Direitos Humanos quanto na Constituição Federal.

Segundo a Constituição Federal “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. E apenas cito que Dos Direitos Humanos no Artigo 29:I Há uma clara liberdade para todo homem com relação a viver numa comunidade conforme o quanto sua personalidade lhe permite.

Então, surgem perguntas cruciais em minha mente:

1. De que parte da Lei esses empresários não entenderam?

2. Se nenhum homem pode ser submetido a tratamento desumano ou degradante, por que “homens” como “esses” piauienses (e jogo nas aspas todos os dez), tentam eliminar o que nos garante uma vida em sociedade e de forma cidadã?

Mas por enquanto me calo para ouvir as respostas (se é possível alguém ter defesa para ato tão bárbaro) no uso de minha condição de piauiense (e que ama esta terra).

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 31/07/2011
Reeditado em 31/07/2011
Código do texto: T3129942
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