FUNDARPE: O MUNDO É DOS MAIS ESPERTOS!

No dia 18 de maio de 2011, a FUNDARPE (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco), publicou uma CONVOCATÓRIA NACIONAL, através do EDITAL DO 21º FESTIVAL DE INVERNO DE GARANHUNS – 2011, para selecionar as propostas para compor a programação do referido Festival.

No dia 21 de junho de 2011, essa entidade divulgou as propostas habilitadas para o Festival, classificadas pelo seu edital, no entanto, no dia 24, estranhamente, o site da FUNDARPE ficou fora do ar até o dia 30 daquele mês. Sumiu, escafedeu-se.

O artigo 1 do Edital da FUNDARPE deixou bem claro: “Constitui objeto desta Convocatória Nacional a seleção de propostas para compor a programação do 21º Festival de Inverno de Garanhuns - FIG, a realizar-se no período de 14 a 23 de julho de 2011, com a finalidade prioritária de possibilitar a fruição das Culturas Populares, Patrimônio, Formação Artístico - Cultural e dos segmentos de Linguagens Culturais.

No artigo 8, do referido Edital, está escrito que “O processo de análise e seleção das propostas será realizado pelas respectivas Comissões de Análise de Mérito Artístico-Cultural”, assim distribuídas: “1. Linguagens Culturais e Formação Artístico-Cultural, 2. Cultura Popular e 3. Patrimônio”.

No inciso 8.2, do bendito Edital, fica claro que “As 14 (quatorze) Comissões de Análise de Mérito Artístico-Cultural das Linguagens Culturais, Cultura Popular e Patrimônio terão a seguinte composição: 01 (um) representante indicado pelas Comissões Setoriais de Cultura Popular, Patrimônio e Linguagens Culturais; 04 (quatro) representantes (01 de cada macrorregião – Metropolitana, Mata, Agreste e Sertão) indicados pelas Comissões Regionais e até 02 (dois) representantes - de notório saber nas áreas de abrangência do FIG, indicados pela FUNDARPE.

Parece piada, mas é sério, no inciso 8.6, do Edital está dito assim: “As propostas serão classificadas em ordem decrescente, sendo habilitadas aquelas que, ao final da avaliação, obtiverem as maiores pontuações atribuídas pelos membros da Comissão de Análise de Mérito Artístico-Cultural e cumprirem com as exigências desta Convocatória”.

O Edital de Convocação também deixou claro, no seu item 2.1, letra b, que poderiam participar da Convocatória quem pudesse “comprovar sua atuação nas Áreas de Cultura Popular, Patrimônio, Formação Artístico-Cultural ou dos segmentos de Linguagens Culturais, há pelo menos 06 (seis meses)”.

Aí, nós perguntamos: Pra que tudo isso, se a seleção feita por essas comissões não foi respeitada? Se a relação de projetos selecionados, divulgada no dia 21 de junho, é bem diferente da que a FUNDARPE divulgou no 30 de junho, oficializando a programação do Festival?

A programação do dia 30 deixou de fora projetos selecionados por essas comissões. Não vou comentar todos os casos, mas especificamente o de Cultura Popular, no qual nós concorremos, com o Projeto “Causos e Cordéis”, onde no item Cancioneiros e Folguedos Populares, foram selecionados quatro projetos: 1- Família Salustiano e a Rabeca Encantada, 2- Causos e Cordéis, 3- Toque de Leoa e 4- Ronaldo Aboiador, no entanto, na programação divulgada, esses projetos desapareceram.

Como se explica isso? Não questiono o grupo contratado, até porque, seus integrantes são altamente competentes para tal fim, e são meus amigos, mas questiono a forma como a FUNDARPE tratou quem legalmente se inscreveu e foi selecionado pela comissão formada pela própria FUNDARPE, colocando em seu lugar um grupo que não foi inscrito na Convocatória Nacional, nem existe há seis meses, apenas foi formado para compor a programação do FIG 2011.

No artigo 10 do Edital, mais precisamente no inciso 10.7, foi esclarecido: “A FUNDARPE se reserva o direito de convidar até 20% dos grupos e profissionais das diversas áreas de abrangência para compor a programação do 21º FIG”.

Se queriam aproveitar esse artigo para contratar os apadrinhados, que fizessem isso antes de divulgar uma relação de selecionados, pois da forma como foi feita, com a publicação de selecionados e depois uma programação sem eles, foi uma grande falta de respeito aos artistas que, legalmente e sem má fé, inscreveram seus projetos.

Agora eu entendi porque foi que a FUNDARPE fez a outra relação desaparecer, ou seja, tirou o site do ar. É claro que eles precisavam tirar, para poder divulgar uma nova, pois se as duas estivessem no ar, os inscritos iriam comparar. Quem se lembrou de salvar em seus arquivos, como eu fiz, tudo bem. Quem não guardou, fica o dito pelo não dito.

Se eu quisesse, poderia ter procurado algum político ligado o Governo do Estado ou aos dirigentes da FUNDARPE, e o nosso projeto seria contratado, mesmo sem concorrer. Mas eu preferi confiar que essa Convocatória fosse séria, pois para mim todo cidadão é sério, até que se prove o contrário.

Sei que meu desabafo não vai dar em nada, pois nesse país, em qualquer governo, manda quem pode e o resto que se exploda. Como também sei que jamais iremos participar de qualquer outro Festival organizado pela cúpula da FUNDARPE, principalmente agora, que eu fiz esse desabafo, mas o meu direito de reclamar das coisas erradas eles jamais irão tirar. E eu continuarei a apresentar meu trabalho, queiram ou não, esses “donos da FUNDARPE”.