Melhor idade, ou idade da amargura? (Série mural)

A melhor idade é qualquer uma em que nos sintamos bem. Sentirmo-nos bem, independe de ter, ser, estar. Estou às portas dos 62 anos, acabei de contrair uma dívida, construí minha casa, depois de ter aberto mão de tudo que havia auxiliado a construir. Nunca é tarde para recomeçar, para sorrir, para nos abrirmos para a vida.

Pensar que a melhor idade é a da juventude é irreal. Quando jovens, mal sabemos o que queremos. Há quem discorde de mim. Afirmam que sabiam o que queriam. Em termos, concordo. Sabemos, mas por instantes, porque momentos depois de afirmarmos que sabemos, já mudamos de prioridades.

Cada coisa tem seu tempo. E em cada tempo, há uma maneira de nos sentirmos bem. Cada pessoa tem opinião própria sobre isso e, por mais que discutamos em torno, dificilmente chegaremos a um consenso.

Mas, o que me tira do sério é que haja pessoas que pensam que só porque há pessoas que não ficam a se lamentar das desgraças da vida, signifique que essas pessoas não tenham seus próprios problemas. Imaginem, se toda pessoa que sofre, seja lá em que intensidade for, se pusesse a chorar? O mundo pararia, SP estaria ainda mais inundada. Temos que arregaçar as mangas e ir em frente. O mundo é o mundo que é, justamente pela diversidade dos caracteres de seus habitantes.