Falando curto e grosso. (Série Mural)
Não gosto de falar pelas tabelas, subrepticiamente. Ser ou não pessimista, independe de ter ou não problemas. Se insistimos em olhar para o lado negro da vida, nenhuma alegria nos mudará. Estaremos sempre esperando que algo de ruim aconteça para acabar com a alegria. É o constante não se permitir ser feliz.
Não falei, nem falarei que estou em ótima forma, até porque estaria mentindo. Desde 2003 faço fisioterapia constantemente, por problema degenerativo desde a coluna cervical, até a lombar. Tenho hérnias de disco distribuídas estrategicamente, que me impedem de cuidar das minhas lidas domésticas. O uso do micro ficou restringido, sendo esse o maior motivo de ter me afastado mais das relações virtuais. Os amigos sabem disso.
De dois anos para cá, pelo mesmo problema de coluna, tenho restrições sérias quanto ao caminhar. Em função da idade, que eu não considero ser tanta, tenho os mesmos achaques que a maioria das pessoas de minha idade têm, no entanto, procuro caminhar tanto quanto possível. Restrinjo o uso do carro, por diversas razões. Mesmo as poucas e curtas viagens que fazia, estão fora de cogitação. As consultas médicas passaram a ser trimestrais, para poupar-me o desconforto da viagem de ônibus.
Queixar-me? Adianta? Socar-me em casa, esperando que chegue o dia de alçar o derradeiro vôo? Nunquinha. A vida continua e é bela, desde que desejemos usufruí-la da melhor maneira. Respeito que cada um pense como quiser, mas daí a admitir que pessoas egoístas, egocêntricas afirmem que as pessoas de nossa idade, ou mais, que não se deprimem, é porque não têm problemas, porque sejam fúteis, vai uma boa distância. Somente alguém que não olha em torno, para quem pensa que o mundo gira em torno de seu umbigo, pode afirmar tal bobagem!