Quem sou eu?

Às vezes sou criança, com paixões bobas e inocentes. Quero apenas declarar amor a ficar descalça, rir de piadas, tomar sorvete. Eu me torno quase burra, quase ingênua, acreditando no melhor que há nas pessoas. Em momentos assim, fico feliz da vida por pouca coisa ou toda tímida com bochechas rosadas e um riso desajeitado de quem não sabe como lidar com elogios e estar no foco das atenções.

Às vezes sou velha e minha sina é analisar tudo em volta. Falar só o necessário com tom de sabedoria, enquanto tento entender qual o meu papel nesse história, meus potenciais e fraquezas. Revisito o passado, sinto o coração acelerar com lembranças. É quando quero manter uma certa distância do aglomerado de pessoas, apreciar a vida pacata. Fico até mesmo rabugenta, reclamona.

Às vezes não passo de uma adolescente carregando sentimentos extremos e vontades imediatas. Impulsiva, quero conquistar meus sonhos e quero agora! Meu desejo é abraçar o mundo, gritar paixões intensas, dançar sem música. Fico seca por liberdade, odiando ser contrariada. E acho injusto, o fim da picada, quando a vida ousa fazer parecer que nem tudo é possível.

Às vezes, porém, tenho exatamente minha idade... e esta eu nunca consigo definir.