Morte no trânsito

Na orla marítima, capital selvagem! Primeiro mundo!

Uai sô! Mais que trem bão sô! Carrão na mão de todas camadas sociais. Astrogildo um migrante alto e forte “pavio curto”. Weslei, um cidadão pacato, um cidadão da gema, um perfeito candidato a uma longa e harmoniosa vida.

Weslei na infância sempre apanhava dos colegas da escola e chegava em casa machucado e com a roupa rasgada, a seguir apanhava de seu pai. Aos dezoito anos ele fez um juramento “nunca mais iria apanhar de mais ninguém.” Ele comprou um revolver novo. Sendo um hábil vendedor cedo, cedo transformou-se num micro empresário e todo ano trocava seu carro ainda novo.

Astrogildo nunca usou arma, sempre ganhou todas as brigas no braço, pois era alto, forte e destemido. Um hábil negociador vivia de compra e vendas de casas e automóveis. Ele estava realizando seu grande sonho, pois comprara seu primeiro carro importado em sessenta meses. Estava andando nas nuvens. No cruzamento ambos ao celular, ambos arrancaram sem muita atenção e não deu outra! Bateram de frente.

Astrogildo desceu do carro aos berros com aquela agressividade, Weslei demorou a sair do carro, pois ajeitava seu revolver na cintura calmamente. Ao abrir a porta já foi puxado para fora por Astrogildo que lhe pretendia dar-lhe uma surra e foi surpreendido com um tiro no tórax. Ele de pé com uma mão tentava conter o fluxo de sangue que borbulhava aos montões.

Weslei ficou paralisado com a cena, pois poeta não comete homicídio nem em suas poesias. Na ânsia da morte Astrogildo arranca o revolver das mãos de Weslei e lhe dá um tiro na cabeça. Os dois sobem para o céu e lá assentados começam um pacifico diálogo.

Astrogildo puxa o diálogo:

- Trabalhei a vida toda para alcançar os meus sonhos! Minha agressividade roubou-me minhas realizações, pois eu estava tão feliz e sorrindo diz para Weslei! Seu estúpido porque você não puxou o gatilho mais cinco vezes e você continuaria vivo?

- Weslei, jurei nunca mais apanhar, mas este engenho doido (revolver) fez um barulho enorme e abriu aquele buracão no seu peito, eu só queria te assustar!

- Pois se eu te mata-se eu mesmo vivo estaria morto.

- E sorriso de ambos os lados.

- E terminam amigos e abraçados.