Imagem: O pensador de Rodin
Música: Noturno de Copin

A ciência pertence ao universo; a tecnologia, ao homem 
 
                    O nosso mundo, dado ao acelerado desenvolvimento, transformou-se em uma pequena aldeia. Avanços nos transportes e nas comunicações reduziram as distâncias e nos deixaram perto de tudo e de todos. Com um apertar de um botão, nos conectamos com o mundo ou acionamos um aparelho para executar uma determinada tarefa.

                      Ninguém inventou a ciência, a ciência pertence ao Universo. Homem, movido pela inquietude que lhe é peculiar, foi aos poucos desvendando os segredos da ciência. O homem usou esses segredos desvendados em beneficio próprio. A tecnologia moderna é o principal produto da ciência a serviço do homem. Mas, existe uma grande diferença entre a ciência e a tecnologia. A ciência não tem dono, pertence à natureza, ao Universo; enquanto a tecnologia é meramente humana, pertence exclusivamente ao homem. A ciência é boa por natureza, ela não é uma criação humana, o homem, apenas, buscou-a nos recônditos do Universo e desvendou-a. A tecnologia é uma obra humana que possui as qualidades e os defeitos de quem a criou. Tudo que passa deixa um rastro ou uma sombra, seja visível ou energética. Tudo tem um preço a se pagar, nada acontece gratuitamente. A tecnologia, que tem por objetivo facilitar a vida humana, deixou marcas profundas em nosso planeta e na vida de cada um de nós. A busca por uma vida mais fácil e por querer cada vez mais colocou os avanços tecnológicos acima dos valores humanos.

                      O grande erro foi colocar os avanços tecnológicos acima dos valores humanos. O mundo moderno gerou um homem desenvolvido e muito pouco humanizado. O avanço tecnológico está robotizando o ser humano, está roubando e depauperando os seus mais nobres sentimentos. Sentimentos, assim como tudo na vida, necessitam ser cultivados para não perecerem. Um dos símbolos mais perfeitos que temos é a balança de dois pratos, se colocarmos muito peso de um lado, ele vai afundar. O outro lado, por sua vez, se eleva para mostrar o seu desprovimento e a falta de equilíbrio.

                      Precisamos desenvolver, juntamente com a tecnologia, o conhecimento dos três pilares da sabedoria humana: a arte, a espiritualidade e a filosofia. A tecnologia oferece ao ser humano um caminho para a resolução de problemas cotidianos e para facilitar trabalhos, por isso, é mais atrativa. Por outro lado, esse três pilares são caminhos difíceis, mas, extremamente gratificante rumo à evolução humana. A tecnologia não é ruim, o ruim é o homem se tornar um autômato, um escravo da tecnologia e perder os seus nobres valores e sentimentos.

                      Comparar um ser humano com uma máquina é de uma insensatez sem tamanho. Nenhuma máquina possuem três órgãos essencialmente humanos. Máquinas não possuem olhos. Os olhos, além de ver o mundo, são janelas da alma e através deles, conseguimos fazer uma leitura dos sentimentos da outra pessoa. Máquinas não têm lábios, elas não conseguem manifestar o amor através dos beijos e, também, elas não falam, não conseguem expressar seus sentimentos através das palavras. Máquinas não têm mãos para cumprimentar, abraçar e acariciar outras pessoas.

                      O ser humano não é máquina e máquinas não substituem o ser humano. O progresso tecnológico está a serviço do homem, mas, se o homem não cultivar valores e sentimentos ele será destruído pela sua própria invenção. 

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