Aparecida e Jira não se entendiam. Também era de estirpe completamente diferente. Àgua e óleo. A animosidade partia principalmente de Jira. Realmente a vida de Jira tinha mudado e isso era difícil de aceitar. Já não era o centro das atenções. Aparecida, coitada, com toda sua humildade foi aos poucos conquistando a simpatia de todos, inclusive dos empregados.
  É claro que o tal carroceiro nunca veio a saber que estava certo. Aparecida era dele e era uma trabalhadora. Mas, na hora da barganha bem que ele gostou do cheque.
  Tentávamos, na medida do possível,  dar um tratamento igual às duas, mas nem sempre era possível.
   Eu tinha uma kombe ( pirua ) que era usada para os longos passeios familiares. Mas, tínhamos agora duas filhas, e grandes... O que fazer... Resolvi então tirar o banco do meio da kombe. Estava resolvida a situação. Agora Jira e Aparecida poderiam passear com a familia. Era a felicidade completa. Pena que Aparecida detestava esses passeios. Com suas recusas, Jira voltou a reinar sozinha. À partir daí, Aparecida ficava em casa.
  Vez por outra Jira ainha fugia, mas Aparecida, nunca. Na verdade, com o convívio com Jira, Aparecida chegou a aprender algumas coisas, mas nada comparado a inteligência de Jira.
  Será que Jira e Aparecida seriam as únicas filhas gigantes da casa...
   Bem, só lendo pra crer...