Conversa ao pé do ouvido...
Esther Ribeiro Gomes
Nesta manhã gelada de sol invernal e céu azul-anil, abro o computador com saudade dos longos papos olho no olho, num carinhoso ‘tête-à-tête’, junto ao meu amado que hoje habita em outro plano...
Como bem disse meu amigo Alberto, olhando o caroço do olho do outro com um bom vinho para regar as palavras...
Enquanto escrevo, um lindo passarinho vermelho, ‘Tiê Sangue’, chega para comer a banana que ponho entre os galhos da amoreira, da goiabeira e da jabuticabeira e aproveita para beber água docinha dos bebedouros disputados pelos beija-flores, bem-te-vis, sabiás, rolinhas, passarinhos do papo amarelo e muitos outros...
A fêmea do Tiê Sangue não é tão bonita quanto ele (tem as asinhas marrons e o corpinho cor de laranja), mas está sempre junto dele, como que enciumada do seu macho tão belo e vermelho feito sangue...
Se meu amigo Alberto não fosse virtual, daria para batermos longos papos regados a um bom vinho, porque nada, mas nada mesmo, substitui o olho no olho, o toque, o abraço amigo!
Mas agradeço à internet que possibilita fazer amizades virtuais com pessoas de lugares distantes que em outros tempos não seria possível conhecer.
Lá dos pampas, bato longos papos com a querida Giustina; com Tânia e Laerte que andam sumidos; com Dante, gaúcho que vive nas Minas Gerais; com Alberto, Liana e Ysolda da bela Recife; com as queridas Lena e Flor Morenna de Sampa e tantos outros...
Enfim, a Net amplia os horizontes e os conhecimentos!
Mas à noite, neste friozinho danado, que falta me faz uma conversa
ao pé do ouvido, o aconchego de um abraço, os olhares cúmplices, o carinho do ‘tête-à-tête’, sorvendo um gostoso cálice de vinho!