O Ser Corintiano.

I

Trata-se o presente de breve e singela consideração antropológica sobre o que se intitula o “Ser Corintiano”, torcer e muito mais que isso para um clube chamado Sport Club Corinthians Paulista, um nome inglês, criado por proletários homenageando o Corinthians, hoje pequeno clube inglês.

O ato de ser Corinthians é um ato incondicional. Corinthians não é somente um time, é uma nação, uma religião, um estado de espírito com aproximados, apaixonados e doentes 30 milhões de seguidores.

Não se sabe empiricamente o que leva uma pessoa a se tornar Corintiano, nem mesmo eles sabem, tamanho o fanatismo que obscurece seus dias; um fanatismo que cega, emudece, ensurdece e extirpa inclusive a própria racionalidade do indivíduo, quase o animalizando.

O Corintiano acredita mais no Corinthians do que no próprio Deus; é algo incomensurável, inefável, inexplicável. Corintiano morre cedo do peito, tem predisposição a perder cedo os dentes, sofrer dos nervos, depressão pós-libertadores, trabalha mais para ver o time em campo, desvia verba do leite da criança para ir ao estádio em dias de oração, tudo, tudo, tudo, incrivelmente, devido à pujança de uma ideologia ou sabe-se lá o que, idolatrada, chamada “corintianismo”.

Um corintiano nunca torce para outro time e não tem por nada e nem por ninguém maior amor e dedicação. O Corinthians é a vida, a luz, a esperança. Têm a certeza que um dia ganhará a libertadores, e, se Deus puder ser mais generoso, e as regras o permitirem, que seja sobre o Palmeiras!

Teve o caso do adolescente que matou a avó com uma machadada só pelo fato de ela não lhe ceder o rádio para ouvir um jogo entre Palmeiras e corinthians; era horário da novela. E veja que isso se deu nos anos cinqüenta.

Em 1976 o Corinthians, jungido a seu torcedor, como não poderia deixar de ser, traçou uma verdadeira saga, lotando o maracanã e vencendo o Fluminense nos pênaltis, salvo engano com pênalti perdido por Rivelino, craque!, outrora “reizinho do parque”. Por fim, perdeu o brasileiro daquele ano para o internacional, de Falcão, Caçapava, Dadá Maravilha e companhia. Acho que naquele jogo teve até um gol iluminado, um gol de cabeça, não me recordo ao certo.

Pelas alegrias que me proporcionara, em especial aquela do brasileirão de 1.994, só tenho considerações pelo Corinthians!

Continua...

Savok Onaitsirk, 06.08.11.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 07/08/2011
Reeditado em 07/08/2011
Código do texto: T3144613
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