AMOR

Como é que é? Você quer que eu defina Amor? Logo eu?
Tá maluco ou o que, rapaz?
Eu não vou fazer nadinha disso. Quem sou eu?
Olha só: tem um montão de gente por aí tentando fazer isso desde que o homem levantou as mãos do chão e, até agora, ninguém teve sucesso!
E vem você, subreptciamente, e joga uma bomba desse tamanho no meu colo! Qual é?

Mas, mesmo que eu comprasse a briga, não iria adiantar de nada, pois o meu modelo se encaixaria perfeitamente em um caso, mas seria inteiramente inócuo em milhares.

Agora, a pergunta vai para você, meu caro;

- Como definir algo que é, ao mesmo tempo, abstrato e concreto; manso e irado, ansiado e temido, tranquilo e revolto.?

- Como qualificar um sentimento em que se mesclam; gozo e grito, riso e lágrima, guerra e paz, fogo e água, paixão e ternura?

- Como entender algo que é multifacetado e uno, avassalador e maternal, tudo e nada, dádiva e castigo, mel e fel, princípio e fim?

- Por que, amigo, tudo nesta vida tem que ser rotulado? Há coisas, meu caro, que existem para serem sentidas e não explicadas, como Deus!

Dessa maneira, você vai para casa sem resposta. Até acho que você já esperava isso e fez o pedido só de maldade.

Mas, para ninguém dizer que contava com outra coisa, tomo emprestado os versos do poetinha Vinicius de Moraes e concluo:

"... que não seja imortal, posto que é chama,
mas que seja infinito enquanto dure!"
paulo rego
Enviado por paulo rego em 08/08/2011
Reeditado em 12/09/2011
Código do texto: T3147245