Maria Teresa

Maria Teresa Claro Gonzaga morreu. Aos 04 de agosto de 2011.

Recebi a notícia quando estava em Goioerê e usava a bolsa de viagem que ela me deu em 2005, generosamente cheia de roupas, na intenção de repor as que o ladrão me roubara. (veja o conto “O peixe no aquário”).

Nesse dia, Tereza também me trouxe uma caixa cheia de brincos, pois detestava “ter uma amiga desbrincada”.

Hoje chorei muito. Abri o armário e fiquei olhando as roupas que ela me deu e que ainda tenho. Senti tanta saudade e sei que ela vai se tornar enorme com o passar do tempo. Até o dia que vou me acostumar a viver sem uma e com a outra.

Não fui ao velório, pois não quero ter uma lembrança de Tereza morta. Quero apenas ter as lembranças dela sorrindo, lutando arduamente para que os egressos da penitenciária de Maringá construíssem uma vida digna, não retornassem ao crime. Quero apenas lembrar do sorriso dela, da alegria que ela sentia toda vez que fazia um novo exame de câncer e o resultado era negativo.

Foi inevitável lembrar momentos que passamos juntas; do vestido rosa que ela usou na festa junina de 1989, na casa da Yara; as festas; os trabalhos que executamos juntas em projetos que ela coordenou e eu secretariei; nossas peruagens...

Sinto muito por não ter aproveitado mais da passagem da Tereza por aqui, por este mundo, pela minha vida. Mas tenho a esperança que um dia havemos de nos encontrar, num outro mundo. E tenho a certeza de que ela estará muito bem, muito feliz e muito saudável.

Para sempre.

(Escrito em 05/08/2011)

Margot Jung
Enviado por Margot Jung em 11/08/2011
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