ALGEMAS. PÓÓÓDE OU NÃO?

ALGEMAS. PÓÓÓDE OU NÃO?

12/08/11

BETO MACHADO

Os brasileiros estão sendo bombardeados por uma saraivada de notícias chocantes, nos últimos dias. Tivemos o desprazer de assistir na TV um secretário do MINISTÉRIO do TURISMO ensinando a um correligionário de seu partido como fraudar na requisição de verba pública, no AMAPÁ. Essa aberração político administrativa tem se tornado uma prática corriqueira entre aqueles que deveriam cuidar da COISA PÚBLICA com denodo e responsabilidade.

Após longa e minuciosa investigação a POLÍCIA FEDERAL realizou a OPERAÇÃO VOUCHER em três estados e em BRASÍLIA, que resultou em trinta e oito detidos, todos vinculados direta ou indiretamente ao MINISTÉRIO DO TURISMO. As imagens chocaram o BRASIL, com uma diferença: um grande número de pessoas ficou indignado por ter visto os envolvidos em falcatruas serem algemados. O mais impressionante foi a repercussão desse fato, na mídia. As ALGEMAS usadas pela P F roubaram a cena. Tanto que houve um turbilhão de reclamações e cobranças em cadeia hierárquica: da Presidenta para o Ministro da Justiça, deste para o Diretor Geral da P F, e vai por aí.

Na contra mão da lógica jornalística, as matérias políticas da mídia brasileira, expuseram o fato dando muito mais ênfase ao detalhe do que à gravidade do assunto principal. Deram demasiada atenção e publicidade àqueles que se indignaram com a exposição dos algemados, em detrimento do óbvio esclarecimento á população das condenáveis maracutaias executadas por esses agentes públicos, agora descobertos.

A tentativa de desviar o foco das notícias teve uma amplitude inacreditável. Chegou ao SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. O Ministro Marco Aurélio Melo se manifestou contrário à ação da P F, no tocante à colocação de ALGEMAS nos detidos. Segundo ele houve descumprimento de uma norma constitucional expedida pela Suprema Corte Brasileira, que determina a utilização de ALGEMAS tão somente nos presos perigosos e/ou que ofereçam riscos à integridade de terceiros.

Será que a subtração do dinheiro público que poderia incrementar projetos da EDUCAÇÃO, SAÚDE, CULTURA, SANEAMENTO BÁSICO, etc, não seria um risco para milhões de vidas brasileiras desassistidas por esse BRASIL a fora?

Peço muitíssimas vênias ao Ministro Marco Aurélio, a quem admiro imensamente, para apresentar minha divergência a sua posição, manifestada na mídia, sobre o assunto.

Estou escrevendo essa crônica e recebendo mais uma notícia chocante: o assassinato da juíza ACIOLLI do fórum de São Gonçalo, Rio de Janeiro. O povo brasileiro precisa recolocar sua cara na vitrine pra confirmar sua consciência cidadã. As ruas são excelentes vitrines/palcos por onde passam reflexões que moldam as sociedades. Ou saímos desse estado de inércia ou nos locupletemos todos. E seja o que DEUS quiser.

Roberto Candido Machado
Enviado por Roberto Candido Machado em 12/08/2011
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