Filhinha canina

Esther Ribeiro Gomes

Estou muito triste, porque minha basset Pepita que já está com onze aninhos, será operada na próxima semana para tirar três maminhas

que estão com dois tumores grandes.

Estou sempre brincando com ela e não havia notado nada, eles cresceram de repente!

Terá que ser feita biópsia, pois há suspeita de câncer.

Tenho quatro cachorrinhos, dois basses-salsicha, Pepita e seu filho Pedro, uma buldogue Sabrina de dois anos e o vira-lata Ralf de três anos.

Pepita teve cria aos dois anos e pouco tempo depois foi castrada para evitar esse problema. Porém, mesmo depois de castrada, ela não tinha mais o sangue do cio, mas continuava a apresentar as maminhas inchadas de leite, nos períodos que antes eram de fertilidade.

Mudei de veterinário e este mandou fazer exames, vindo a descobrir

que a antiga veterinária deixou alguns restos do ovário direito e esses minúsculos pedacinhos continuaram a liberar hormônios que posteriormente vieram a causar os tumores.

Enfim, agora, depois de velhinha, minha filhinha canina vai ter que se submeter a uma cirurgia grande para retirada de três maminhas para evitar novos tumores. Deus permita que não sejam malignos!

Mas esta crônica não é apenas de tristeza, hoje o passarinho tiê-sangue arrancou de mim um largo sorriso, quando veio comer sua banana na árvore bem em frente à janela do meu quarto.

Tive a alegria de flagrar sua fêmea chegar logo depois que ele começava a bicar sua gostosa refeição quando ela, autoritária, abriu várias vezes o biquinho, olhando brava para ele que a obedeceu prontamente!

Tiê deixou de comer a banana e foi para outro galho observando-a, enquanto sua mulherzinha se fartava...

Depois que ela terminou a refeição ele voltou, quietinho, para comer o que ainda restava...

Enquanto isso, chegava um lindo bem-te-vi gorjeando alto como sempre, a pedir sua refeição!

E eu, ainda encantada com a cena da briguinha entre marido e mulher que havia presenciado, fui logo dizendo:

Olá, meu querido bem-te-vi, que bom te ver por aqui!