A loja do povão

Esqueça as Casas Bahia. O conceito de vender por preços bem amigos os utensílios de cama, mesa e banho, desde o cotonete até o piso da cozinha, já não é tão inovador se fica faltando um "que" a mais: fazer o cliente querer e poder ficar na loja o dia inteiro, como se ali existisse um imenso parque de diversões. É por isso que Toronto se gaba de ter a rede sueca IKEA.

A estratégia é que as pessoas encontrem tudo o que precisam na loja para se sentirem seguras de sair dali com as compras feitas! Você passa pela porta de entrada e dá de cara com um bloquinho de folhas, lápis, fita métrica e sacolas para se servir e começar a festa. Além de encontrar um parque de diversões supervisionado para você despejar suas crianças.

Se seu objetivo do dia é redecorar a sala, mas você não sabe bem como seria a arrumação, sinta-se à vontade para fazer simulações em um dos muitos computadores disponíveis pelos corredores. No meio dessas escolhas, se bater sede ou fome, é só comer e beber variadas delícias na lanchonete a preço de banana.

E quase tudo é categorizado. Cobertores são divididos por temperatura: do calorzinho ao frio glacial. Travesseiros vêm organizados por posições: "dormir de costas", "dormir de bruços", "dormir de lado". Lâmpadas, copos, tapetes, cômodas estão sempre devidamente separados por tamanhos, funções, potências ou seja lá o que importa.

Uma forma de fazer parecer que produtos semelhantes são tão diferentes entre si que você precisa ter mais de um item. Desse jeito, a loja cria o desejo de comprar mais do que se deve. O sonho do capitalismo.