O direito de ser EU

Eu, estou perante mim outra vez,

Eu, estou perante o papel em branco, que já não mais em branco, está sendo marcado não só pela caneta, mas pela minha dor, mistério e sentimentos mil, que nem eu mesma sei definir nesse momento;

Mas por que me bate essa súbita e incontrolável vontade de escrever quando não sei expressar em palavras o que estou sentindo?

Por que tento explicar as respostas de perguntas que não sei responder?

E mais uma vez é o papel que supotará o peso de minhas amargas palavras, o peso de minhas incertezas e desespero;

No medo gritante de expressar o que sinto, talvez não tivesse medo de gritar e sim da repercursão que teria meu grito. E sentimos tanto medo, medo dos olhares, medo de não ser aceito ou compreendido. Como se necessitassemos da compreensão e aceitação alheia, quando o que na verdade, o que realmente importa, é a própria aceitação. O poder de olhar nos próprios olhos, refletidos no espelho e sentir a verdadeira paz.No entanto, as opiniões de terceiros vem nos distanciando da nossa própria opnião, até chegar o momento que vivemos segundo desejos alheios, e somos miseravelmente infelizes por isso. Infelizes demais, por não saber ouvirmos a nossa própria voz.

Então eu perante mim, fechei os olhos tentando me transportar para outra dimensão e só encontrei meu próprio ódio e insegurança cortanto minhas asas, me impedindo de alçar vôo.

Tão forte gritava esse ódio dentro de mim, ódio esse construído por minhas derrotas e frustrações, que eu fiquei até surda para todos os outros gritos. Só gritava o ódio e não havia outra voz além desse grito maldito. Ele era tão grande que me causava imenso medo e horror. Me desconhecia no momento que ele gritava, me sentia outra pessoa nesse momento e sentia medo de mim.

Ódio causado pela rejeição alheia, aquela que não devia ser nunca o foco da vida de ninguém.

Buscarei pra sempre a coragem de ser EU mesma. Independentemente se Eu mesma conquistarei aplausos ou vaias.

Dai-me DEUS a força de ser Eu mesma, sem viver segundo uma sociedade hipócrita e egoísta demais.

Buscarei eternamente o melhor de mim, o mais original de mim mesma. Para que um dia eu possa gritar:

-Fui feliz! Ou -Fui infeliz! Mas ao menos fui EU!!!!!