MEU ENDEREÇO

“Lá onde eu moro é um recanto muito bonito”.

Assim falava a música de Tião Carreiro e Pardinho, que eu aprendi a cantarolar de há muito.

E hoje?

Tantas coisas tristes acontecendo em todos os cantos, que a beleza dos locais fica prejudicada e até esquecida.

Lembranças de tantos acontecimentos passados, muito bonitos e que ainda hoje povoam nossa memória.

Mas... e hoje, o que acontece?

As guerras, a violência, os seqüestros são lugar-comum nos acontecimentos.

Os lugares, outrora bonitos, são palcos de cenas de faroeste americano (nós falávamos farvest, do inglês farwest), espalhando o terror e a morte em nossas comunidades.

Até em jogos de futebol a violência está presente, dentro e fora dos campos.

E não é que até o meio rural entrou na dança também!

Nas nossas comunidades, outrora pacíficas e ordeiras, às vezes nos fazem presenciar cenas desagradáveis aos nossos olhos e aos nossos semelhantes.

Lá onde eu moro, hoje é um lugar triste, pois meus vizinhos passam e não me cumprimentam (Liu e Léu).

Não há muito tempo para as gentilezas.

As coisas que fazemos deveriam estar prontas ontem. Hoje elas já estão atrasadas.

Com muita coisa triste, já perdi meu endereço.

Carvalho Santos
Enviado por Carvalho Santos em 12/12/2006
Código do texto: T316321