MEU ENDEREÇO
“Lá onde eu moro é um recanto muito bonito”.
Assim falava a música de Tião Carreiro e Pardinho, que eu aprendi a cantarolar de há muito.
E hoje?
Tantas coisas tristes acontecendo em todos os cantos, que a beleza dos locais fica prejudicada e até esquecida.
Lembranças de tantos acontecimentos passados, muito bonitos e que ainda hoje povoam nossa memória.
Mas... e hoje, o que acontece?
As guerras, a violência, os seqüestros são lugar-comum nos acontecimentos.
Os lugares, outrora bonitos, são palcos de cenas de faroeste americano (nós falávamos farvest, do inglês farwest), espalhando o terror e a morte em nossas comunidades.
Até em jogos de futebol a violência está presente, dentro e fora dos campos.
E não é que até o meio rural entrou na dança também!
Nas nossas comunidades, outrora pacíficas e ordeiras, às vezes nos fazem presenciar cenas desagradáveis aos nossos olhos e aos nossos semelhantes.
Lá onde eu moro, hoje é um lugar triste, pois meus vizinhos passam e não me cumprimentam (Liu e Léu).
Não há muito tempo para as gentilezas.
As coisas que fazemos deveriam estar prontas ontem. Hoje elas já estão atrasadas.
Com muita coisa triste, já perdi meu endereço.