Sobre linhas tênues

Com ou sem sombrinha, difícil mesmo é se equilibrar nas cordas bambas da vida. Pelas linhas tênues que percorremos, o tombo parece sempre o próximo passo.

Vivemos, afinal, entre a agonia das longas saudades e o enfado do convívio diário.

Entre a timidez que desperta o interesse e a quietude inerte que entedia.

Entre a inteligência que faz amigos e o pedantismo que os afasta.

Entre a felicidade que contribui para a felicidade dos que gostamos e a euforia, tão somente.

Entre o otimismo, tão somente, e a ingenuidade da expectativas frustrantes.

Entre a paciência de esperar e a omissão de preferir não agir.

Entre a beleza que encanta e a beleza que intimida.

Entre o amor cuidadoso e preocupado e o apego obsessivo.

Entre o amor descuidado e o desamor.

Entre o amor como objetivo e o amor como objeto.

Entre as coisas ruins que fazem bem e as coisas boas que fazem mal.

As linhas tênues da vida são mesmo um convite ao tombo.

Andrei Andrade
Enviado por Andrei Andrade em 17/08/2011
Código do texto: T3165133