BUZINADOR
 
Parece que a finalidade da buzina não foi muito bem esclarecida pelo Código de Transito e nem pelas aulas teóricas e práticas, tanto na primeira habilitação como na renovação. Parece também que muita gente barulhenta nunca teve curiosidade de consultar um dicionário, onde consta:
BUZINA - Aparelho elétrico sonoro, munido de placa vibratória, de que são dotados os automóveis e veículos congêneres para dar sinais de advertência.
 
A Buzina deveria ser usada apenas como um alerta, visando chamar a atenção de alguém que possa estar distraído, tanto pedestre como motorista, ou mesmo um cachorro ou qualquer outro animal que possa correr risco de atropelamento.
 
Tem gente que imagina que a buzina seja uma espécie de campainha portátil, pois estacionam na porta de um amigo, namorada ou parente e buzinam, buzinam , buzinam, imaginando que o som só será audível para aquela pessoa em particular, como se houvesse um som de buzina diferente para cada pessoa.
 
Assim perdem uma grande oportunidade de sair do carro e se movimentar mais, evitando assim problemas futuros como artrose, circulação e sedentarismo e também demonstrariam mais preocupação em não incomodar outras pessoas, que nada tem a ver com sua buzina ou o fato de irem buscar alguém.
 
Pode ser até tolerável que a pessoa de uma buzinadinha rápida tipo; Bi Bi!  ou Fom Fom! Ocorre que há os nervozinhos, impacientes, apressados e atrasados, que descontam sua impaciência e pressa no botão da buzina, incomodando muita gente.
 
E assim o sujeito impaciente insiste: Biiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, Bibiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, Bibiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! E com isso esse buzinador, acorda aquele que trabalhou a noite inteira e quer dormir ou a criança, cuja mãe ficou pacientemente balançando o nenê por horas, até que pegue no soninho, o qual é desperto por buzinadas inconvenientes, isso sem mencionar outras dezenas de situações onde a buzina incomoda e perturba.
 
Durante o tempo que o, digamos “Buzinador”, buzina insistentemente para chamar alguém ou para que alguém lhe abra o portão ou lhe traga algo, ele (ou ela) nem se dá conta que alguém pode estar no telefone, ouvido TV, ou simplesmente desfrutando do silêncio que lhe é de direito.
 
Esses e essas fanáticos por buzina ficam de prontidão nos semáforos, esperando o momento no qual a cor muda do vermelho para o amarelo e socam o dedo na buzina. Nem esperam o verde, já buzinam no amarelo mesmo.
 
Sem falar naqueles que pensam que a buzina é uma extensão de sua própria língua, e buzinam por ai um: “Gostosa!” - “Olá, tudo bem?” - “Vai logo! “- “Ei, você ai!” – “Seu FDP!”
 
As buzinas deveriam ser instaladas do lado de fora dos carros, com apenas um simples encaixe, facilitando sua remoção com um simples puxão.  O formado deveria ser bem anatômico, arredondado numa ponta, lembrando uma cenoura, uma mandioca, uma banana, um nabo, um pepino ou uma abobrinha.  Por outro lado não sei se seria realmente uma boa idéia, pois haveria pessoas que iriam manter pressionado o botão da buzina o dia inteiro.
 
Muito provavelmente o som da buzina interfere no metabolismo do buzinador gerando um acumulo de gordura na região do abdome principalmente, pois é muito comum os buzinadores e buzinadoras em demasia, serem dotados de vastas panças.
 
Nosso querido congresso, que tem muito tempo de sobra, e por isso sempre cria algumas normas irrelevantes, poderia criar uma norma legal que obrigasse os fabricantes de carros a instalarem no botão da buzina um sensor que descarregasse um pequeno choque elétrico ao ser acionado, dessa forma a buzina seria acionada apenas em casos de necessidade real.
 
Um Buuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu para as Buzinas e seus Buzinadores, os quais não estão nem ai para o direito do próximo.  Por essas e muitas outras é que a vida em sociedade é complicada e vez por outra ocorrem os desentendimentos.
 
Isso vale também para os vendedores ambulantes conduzindo seus carros com ensurdecedores, auto-falantes ou megafones, sendo que muitos desses apresentam terríveis defeitos e distorções.