Palpite Infeliz

Sôbre declarações do goverrnadorzinho do ceará, o excelentíssimo e insígneficante senhor cid gomes.

"Quem quer dar aula faz isto por gôsto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado"

Mas que pérola de expressão. Fica criada a exclusão do aprendizado para os menos favorecidos, dependentes do ensino público. Quanta ironia se pensarmos que há menos de tres décadas, pelo menos nos recantos mais socialmente organizados, quando a figura do mestre era respeitada e tratada com o devido valor, havia lista de espera para frequentar os estabelecimentos públicos de ensino Deve o indigitado cidadão ser oriundo de familia ligada ao comércio do ensino, praga que destruiu as últimas barreiras de acesso da classe laboriosa e com consciência cidadã deste lado do planeta. Sabemos bem que os teóricos do marxismo manco e caolho, à partir dos sistemas de aprovação automática, que pretende a implantação de uma sociedade de analfabetos funcionais suscetíveis de seguir sendo uma manada de descerebrados, de fácil manipulação. Isto era comum, na antiga sociedade coronelista, quando os poderosos mandavam seus rebentos para estudar no exterior, de onde voltavam preparados para a manutenção do "status quo ante". Verdade seja dita que mesmo o ensino privado age como sanguessuga daqueles que ali trabalham. Sabemos também que o ensino dirigido para os bem nascidos, prioriza o capital, o lucro, a concorrência e a ganância. Prepara-se o dirigente, ainda que de forma torta e enviesada, para dirigir um grupo de automatos sob a falácia de especialização em atividades manuais e mecânicas.

Esse é o pensamento da classe dirigente, tanto como o estupra mas não mata, o relaxa e goza, e por estranho que pareça, é pensamento corrente dos chamados representantes das diversas classes trabalhadoras, via de regra, preocupados com sua estabilidade empregatícia e a formulação de textos destinados a manter a massa debaixo dos tacões de chefetes políticos e empresariais manipuláveis pelas forças ditas econômicas.

Assim como a abolição da escravatura, até chegarmos aos diversos "bolsas-misérias" e cartões disso e daquilo, passando pelas cotas étnicas, raciais e quejandos, tudo é dirigido para a circulação de moeda, compra/venda/produção.

"E a platéia ainda aplaude, ainda pede bis, a platéia só deseja ser feliz."

E continuamos votando nesses energúmenos.

Merecemos ouvir isso?

Certamente.

neanderthal
Enviado por neanderthal em 22/08/2011
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