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DAMAS DE BRANCO



Vão se chegando sem muito alarde,meio acabrunhadas,e de repente eis a invasão.
Adoráveis forasteiras ! Precursoras da primavera,rainhas dos charcos.
Quando nos damos conta,as sangas,os banhados e pequenos riachos do Sul (desconheço o fenômeno em outras regiões) transformam-se em tapetes brancos à perder-se de vista.
São as “margaridas dos banhados”,que elevam-se na alvura de suas flores singelas e delicadas para fazer a alegria dos sapos (que certamente delas enamoram-se) além de ensejarem a boa nova de que o frio inverno está com dias contados.
Juntam-se à sua beleza os acordes estridentes das alvoradas dos gansos,as súplicas dos “quero-queros” e,eventualmente,o ouro dos primeiros ipês.
Diante de tudo isso,o que mais posso pedir a Deus?

PS. Dedico esta pequena crônica à minha amiga Anita D.Cambuim,cuja marca registrada neste recanto é uma delicada margarida.