O que é estrebuchar?

As plantas dão um toque de vida no ambiente, mesmo que não dêem flores. Só aquele matizado verde das folhas nos encanta e repousa nossa vista, além de compor um cenário adequado para o colorido das flores!

Sou uma jardineira doméstica, amadora e não faço projetos de jardim. Isto não me impede que cultive em meu apartamento algumas plantas em vasos que atualmente estão em número de 183, não esquecendo de elencar também aqueles vasos mais pequeninos. Procuro variar as espécies, mas na hora da poda, meu apego às plantinhas me impede de jogar fora os toquinhos cortados e acabo replantando-os. Algumas espécies florescem conforme o ciclo de vida e desaparecem, ou melhor, adormecem, paralizando suas atividades fisiológicas, e só no ano seguinte voltam a ornar meu terraço, como é o caso da palma de Santa Rita. Os gerânios, a boa-noite, as rosinhas e outras mais florescem o ano todo. Procuro me informar sobre os “hábitos e costumes” de minhas amigas para que tenham um tratamento adequado em minha companhia. Umas gostam de sol, outras de sombra, algumas precisam de mais água, outras fenecem se o líquido abunda. E a qualidade da terra é outro item que preciso cuidar. O solo-base é essencial para o desenvolvimento da planta, é o principal personagem no kit dos insumos. Preciso misturar à terra comum areia, adubo, tudo nas medidas certas. O cuidado dos vasos deve ser diário, desde a mudança de lugar até a troca de terra, envolvendo transplantes, desbastes que é descartar as mudinhas sem futuro, cortes de galhos secos ou doentes, eliminação de pragas como as formigas, as lesmas e caracóis. Neste ritual gasto religiosa e carinhosamente mais de uma hora por dia.

Outro dia, estava eu nesta terapia matinal, quando meu artelho esquerdo, o mais pequenino, tropeça num vaso de cimento. Só tive forças para dizer “ai!” Meu filho, de costas para mim, no computador, perguntou-me: “mãe, o que foi?”. “Tropecei-me num vaso”, falei baixinho. No meio da grande dor, lembrei-me de um exercício milagroso, o vaso capilar. Deitei-me ali, no cimento mesmo, e levantando as pernas e os braços, vigorosamente os tremulei até que a dor passasse quase totalmente.

Rodrigo, que continuava todo absorto na sua tese de doutorado, ficou incomodado não ouvindo mais reclamação nem barulho. Olhou para trás e levou o maior susto, vendo-me naquela postura.

-“Mãe, por causa de um tropeçãozinho de nada, a senhora está aí estrebuchando!!!?”

P.S.: Vaso Capilar é um tipo de exercício cuja técnica é levantar braços e pernas e vibrar vigorosa e rapidamente. É excelente para normalizar problemas de pressão sanguínea, prevenir infartos pois ativa a circulação. Em casos de “incidentes e acidentes”, feito na hora, tem um efeito curativo surpreendente.

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Rodrigo, para você que saiu-se tão bem, ontem, em sua fala no Congresso Internacional de Música e Tecnologia Contemporânea, em Sevilha, ofereço esta croniquinha e a florzinha branca. Parabéns, meu filho! Grande é o meu orgulho por você! Abraços mil!