M U D A N Ç A
Era domingo a tarde, daquelas tardes cinzentas, tristes, algo estava por acontecer, eu sentia isso, eu previa isso. O clima não estava bom, eu me sentia um peso para elas, e de fato eu era um peso: bebia, comia e dormia quase de graça (digo “quase” porque tudo nesta vida tem um peso, mesmo que não seja financeiro, tem um peso).
Elas estavam de saco cheio, era um espaço pequeno para duas mulheres viverem juntas, mesmo assim de coração acolheram uma terceira, que naquele momento estava precisando muito.
Essa terceira era eu, como terceira eu entrei e como terceira eu saí.
No meio daquele clima ruim, daquela tensão, daquele sofrimento, minha amiga me contou que ela e a irmã haviam brigado, e que eu e ela (minha amiga) tínhamos uma semana para arrumar um lugar pra ficar, tínhamos que sair do apartamento em uma semana.
Desesperei-me, o que ia fazer? Pra onde ia?
Minha amiga ainda disse que eu deveria sair em uma semana porque depois disso ela tentaria convencer a irmã a continuar morando com ela. Era justo isso, mas foi tão ruim de ouvir.
Eu nunca vou saber ao certo o que ocorreu, se de fato brigaram, isso também não é importante, não vai mudar a estória.
Na segunda eu comprei um jornal e fui procurar pensões perto da minha faculdade, visitei as que eu podia pagar, sem luxo, com um pouco de lixo, mas era o que poderia caber no parco orçamento com que eu dispunha.
Não esperava ter que sair de supetão, não esperava mudar assim repentinamente, confesso que até hoje o sentimento sobre este fato é dúbio, é conflitante, mas isso me fez crescer, mudou meu ritmo, me fez ir atrás de algo mais.
Da divisão do apartamento de 25m² com minhas primas ficou a lembrança de momento de muita risada, de uma acolhida fraternal e de um desfecho conturbado.
Elas foram morar num lindo apartamento logo após minha mudança, onde eu continuei a freqüentar, mas agora não mais me sentindo um peso e sim uma visita querida.
Era domingo a tarde, daquelas tardes cinzentas, tristes, algo estava por acontecer, eu sentia isso, eu previa isso. O clima não estava bom, eu me sentia um peso para elas, e de fato eu era um peso: bebia, comia e dormia quase de graça (digo “quase” porque tudo nesta vida tem um peso, mesmo que não seja financeiro, tem um peso).
Elas estavam de saco cheio, era um espaço pequeno para duas mulheres viverem juntas, mesmo assim de coração acolheram uma terceira, que naquele momento estava precisando muito.
Essa terceira era eu, como terceira eu entrei e como terceira eu saí.
No meio daquele clima ruim, daquela tensão, daquele sofrimento, minha amiga me contou que ela e a irmã haviam brigado, e que eu e ela (minha amiga) tínhamos uma semana para arrumar um lugar pra ficar, tínhamos que sair do apartamento em uma semana.
Desesperei-me, o que ia fazer? Pra onde ia?
Minha amiga ainda disse que eu deveria sair em uma semana porque depois disso ela tentaria convencer a irmã a continuar morando com ela. Era justo isso, mas foi tão ruim de ouvir.
Eu nunca vou saber ao certo o que ocorreu, se de fato brigaram, isso também não é importante, não vai mudar a estória.
Na segunda eu comprei um jornal e fui procurar pensões perto da minha faculdade, visitei as que eu podia pagar, sem luxo, com um pouco de lixo, mas era o que poderia caber no parco orçamento com que eu dispunha.
Não esperava ter que sair de supetão, não esperava mudar assim repentinamente, confesso que até hoje o sentimento sobre este fato é dúbio, é conflitante, mas isso me fez crescer, mudou meu ritmo, me fez ir atrás de algo mais.
Da divisão do apartamento de 25m² com minhas primas ficou a lembrança de momento de muita risada, de uma acolhida fraternal e de um desfecho conturbado.
Elas foram morar num lindo apartamento logo após minha mudança, onde eu continuei a freqüentar, mas agora não mais me sentindo um peso e sim uma visita querida.