ANIMAIS...

Assistindo matéria sobre o tsunami no Japão vi uma cena que me emocionou:

Dois repórteres filmavam a destruição quando avistaram, num pedaço do que sobrou de um local, um cão que latia para eles. De início pensaram que ele queria mordê-los. O cão ia e vinha, aproximava-se deles, como se estivesse a chamá-los, se afastava, olhava a água que devia conter pessoas mortas. Ia até na beira da água, cheirava, como a dizer que estava contaminada.

Depois se aproximou de um outro cão que parecia machucado e estar morto, totalmente imóvel, estendido ao chão.

O cachorro, interessado em salvar o amigo, latia e mexia repetidas vezes nele. Sentia que seu amigo estava vivo, sentou na cabeça dele. Até que, segundos depois, o cão ferido fez um esforço e quase ficou em pé.

O primeiro animal simplesmente encostou seu peito na cabeça do cão ferido, como se estivesse a protegê-lo.

Eu fique emocionado e até envergonhado vendo aquilo. Afinal, eram dois animais. A dedicação daquele primeiro cão, que sobreviveu ao terremoto, ao tsunami, à neve, à radiação era algo impressionante.

Quantos de nós teríamos a mesma dedicação, o mesmo carinho com um nosso igual, naquelas circunstâncias? Seus donos haviam morrido, eles estavam sós e naquele momento era um salve-se quem puder... Porém, aquele heróico animal, que é uma alma em evolução, demonstrou mais humanidade que muita, mas muita gente...

Aquilo foi mostrado para o mundo e, lá no Japão, o dono de um pet shop, que tinha montado um grupo para salvar os animais órfãos e abandonados, ao ver a cena, resolveu ir buscar os cães. Demorou chegar ao local, mas localizou-os e tratou do cão doente e adotou os dois.

Ficou gravada em minha memória aquela tocante cena de amor, de carinho, de solidariedade demonstrada por um animal; um simples cão, aparentemente um vira-latas qualquer...

Meditando a respeito, indaguei de mim próprio, como é que há pessoas tão desumanas que maltratam o animais? E muito provavelmente, numa situação daquelas abandonariam a quem quer que fosse na tentativa de salvar a própria pele...

Lembrei-me do querido Chico Xavier que sempre teve muitos gatos, muitos cães. Como sabia que os animais tem alma, quando ia fazer o Culto do Evangelho no Lar, reunia em seu quarto seus amigos em volta dele, e falava: “Agora vamos orar, vamos ficar bem quietinhos, em silêncio...” Lia o Evangelho, comentava, e os cães e gatos ficavam como que magnetizados, todos quietos.

Houve um cão chamado Lorde que parecia ter dons mediúnicos, todas as noites antes do Chico chegar para a oração, ele simplesmente se aproximava da cama e apoiava as duas patas sobre ela e ficava aguardando a prece.

Chico sentia muito quando qualquer um deles morria, entretanto, quando este morreu sentiu ainda mais.

É muito conhecida a história do cão Dom Negrito, que não era do Chico, mas o acompanhava no Centro Espírita Luiz Gonzaga em Pedro Leopoldo.

Esse cão apareceu uma noite, entrou na sala do centro, deitou-se e ficou ouvindo o Chico ler e comentar o Evangelho. Após a primeira vez, parece que se sentiu bem e repetiu outras noites.

Enquanto duravam os trabalhos, ele permanecia quieto no seu canto.

Depois se dirigia calmamente para sua casa, mais ou menos nas imediações do Luiz Gonzaga. Três vezes por semana, lá estava o cão, deitado no canto, quieto até os trabalhos terminarem.

Um dia, sua dona descobriu aonde ele ia nas noites em que sumia das oito até altas horas, e, comentou com o Chico: “É, Chico, agora sei aonde Dom Negrito vai quando some à noite. Imagine, ele que é um cão, vai ouvir as preces, o Evangelho e eu não tenho disposição para ir, que coisa!”. O Chico lhe disse: “Não se preocupe, minha irmã, ele leva um pouco de paz para você...”.

Era algo emocionante ver como ele conversava com seus queridos amigos.

Há tantas passagens envolvendo Chico e os animais, que faltaria espaço para narrar mais algumas, todavia, que fique o exemplo...

Se alguém não gosta de animais, que pelo menos não os maltratem, pois, são almas em evolução e muitos denotam sentimentos melhores que muitos humanos...

PEDRO CAMPOS
Enviado por PEDRO CAMPOS em 30/08/2011
Reeditado em 16/10/2012
Código do texto: T3190964
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