“ACABOU-SE O QUE ERA DOCE”

Extra! Roubo no Armazém do Sr. Nicolau Finamore. Nossa! Mas isso foi em 25 de abril de 1952!

Grande algazarra em Louveira! Aconteceu o roubo da bicicleta do jovem Antonio Mosca. Diligências efetuadas, porém em vão. Não foi localizado o ladrão. Mas no dia 12, semana seguinte, na cidade de Vinhedo, o larápio foi preso após providências tomadas pelo Sr. Antonio Della Torre, Inspetor de Polícia. Mas isso aconteceu em 06 de janeiro de 1953!

Pois é! Essas eram as ocorrências policiais da cidade...

Nenhuma de grande vulto, de maiores conseqüências.

Isso demonstrava a paz e a tranqüilidade que se respirava em Louveira.

Quando nas noites quentes a vizinhança sentava-se à calçada para os assuntos do dia... as casas com as portas abertas...as crianças brincando na rua...

Era a serenidade que uma pequena cidade do interior podia oferecer a seus munícipes.

Atentaram bem para os anos quando aqueles casos do inicio aconteceram?

É... muito tempo se passou...

E como diz meu amigo Ruy : ...Houve um tempo!

Hoje, não se demora tanto para sabermos de noticias iguais ou muitas vezes piores que estas, até mesmo atentando contra a vida das pessoas.

Hoje, nem a vida é valorizada. Mata-se por qualquer coisa, a mais insignificante que seja.

Tirar a vida de uma pessoa não sensibiliza mais... mata-se sem dó e sem piedade...alguns até, pelo simples prazer de matar.

Louveira cresceu...

Com seu crescimento veio o progresso.

E com o progresso vem o perigo... vem o medo...vem pessoas de outras localidades apenas com o intuito de roubar, de matar...

Em 1952 roubar uma bicicleta era um grande roubo, toda a cidade se punha em polvorosa, temiam novos assaltos...

Hoje, de tudo se tem medo, estamos presos dentro de nossas próprias casas apavorados com os tristes acontecimentos que são noticiados diuturnamente.

Não se tem mais segurança, não se pode ficar com as portas abertas à tarde... já não se vêem mais os vizinhos sentados na calçada, conversa jogada fora, fazendo bem à nossa alma e à nossa vida.

Hoje o medo impera.

Saidinhas de banco acontecem todos os dias... seqüestros relâmpagos são incontáveis...assaltos a carros quando os motoristas estão adentrando suas garagens já são corriqueiros...

Muito triste isso... e assim, nessa situação caótica em que vivemos, não vislumbramos uma luz no fim do túnel...uma solução para esse rodamoinho de violência que vivemos hoje...

Ninguém mais é respeitado.

Você é agredido, ameaçado, covardemente massacrado, sozinho ou frente a parentes chegados, como esposa, filhos, pais, irmãos...

E nossa certeza de dias melhores se esvai...

O que falta para que a vida tenha mais valor e não seja tirada ao simples piscar de olhos?

Falta Deus, minha gente! Falta amor, falta fraternidade, falta família, falta uma televisão com uma programação voltada para valores e não para desvalorização da moral e da vida.

E que tal começar tudo isso por nós?

Mesmo porque, a tranquilidade e a serenidade de Louveira se esvaiu no tempo... Acabou-se o que era doce!

Dia 22 de Agosto - Dia do Escritor Louveirense.

Ademir Tasso
Enviado por Ademir Tasso em 02/09/2011
Código do texto: T3196338
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