Caminhos & pódios

Quando o agricultor das palavras foi buscar sua mocidade no livro da saudade encontrou-se com todas as frases que construíram suas viagens. Quando procurei pela maquiagem da face da terra percebi que a natureza havia cuidado de tudo ornamentando-a com flores de todas as cores, frutos de todos os sabores e enriquecendo os jardins com perfumes naturais.

Aquela “dor” lhe deu o perfil de todos os homens abatidos pelo destino. Preso no presídio invisível ele transformou-se num ser humano desprezível, pois a bebida “bebeu” toda sua juventude. E o meu fermento? É que sei que não tenho muito tempo! As quatro pessoas mais ordinárias da face da terra que eu conheci foram elas que salvaram a minha vida.

Não confie nos “bons”! Não menospreze os vagabundos! Não tive como escapar da necessidade de amar! Quando as avenidas da “vida” da sua vida se fecharem ligue para “Jesus Cristo” a linha nunca estará ocupada. Se você já estiver corcunda, nas suas costas você carrega o peso do mundo, traga para suas vistas esta lista a perder de vistas e que seu amor profundo esteja nas azas dos livros.

Quando aquele menino interroga quando chegou pela primeira vez numa cidade e bateu com os olhos nas prateleiras (partileiras) de uma loja exclamou convictamente “ninguém consegue decorar tantos nomes de todos aqueles objetos”. Eu sorri juntamente com o “altor Glaciliano Ramos”. Hoje eu sou aquele personagem de frente para um computador a interrogar “ninguém consegue dominar este mar de informações, este oceano de criatividade”.

Quando matei minha alegria embriagado com o vinho oferecido pela mídia, cambaleando no silêncio da multidão, boquiabertos sem saberem o que fazer diante do tapete vermelho oferecido pelas drogas. E nesta corrente de incertezas encontrei tantas belezas que quase me perdi. Mas aquela página em branco enxugou o meu pranto, ao vislumbrar com minha primeira obra de arte, eu já sabia que dela eu sempre fiz parte e quando eu for embora não levo minha história, pois eu as deixo com vocês, pois quando não me restava mais nada além das plantas de meus pés na fama da calçada ela veio me visitar depois de percorrer todos os becos, guetos e vielas, tomei posse de minha sobriedade, então pude arrancar de minha goela os últimos caranguejos.